sábado, 6 de dezembro de 2014

De Clarices e Clarissas

Bom dia!





    Estive pensando esses dias em como  às vezes nos afastamos de nós mesmos! Por um bom tempo me afastei da Renata que sempre fui... Talvez pela correria do dia a dia, talvez por querer me enquadrar no "esquema"  que a sociedade nos impõe, não sei bem... Só sei que andava esquecida de mim, da essência de quem eu sou, do que realmente eu gosto de fazer, essas coisas... Daí este ano resolvi mudar (depois de muita terapia! Obrigada Fernanda Junqueira!). Libertei as amarras que me prendiam, saí do emprego em que trabalhava e montei meu consultório próprio. Com isso, passei a ter mais tempo para mim mesma e devagarinho aquela Renata que eu era foi se aproximando de mim. Fiquei tão surpresa quando ela voltou de vez e veio para ficar! (Que alegria ser eu mesma novamente!). Voltei a escrever, a ler livros para o meu prazer, voltei a sorrir e a sonhar! O que eu quero dizer aqui é: se sente que já não é mais você mesmo, de uma forma negativa, ops! Sinal de alerta! Hora de parar para pensar no que anda fazendo da vida... Sempre é tempo para resgatarmos nossa essência! Que não nos percamos de nós mesmos!
    E nesse frenesi todo que anda minha vida (alegrias, emoções, descobertas), conheci muitos autores novos maravilhosos! Estou lendo Clarissa Corrêa "Para todos os amores errados". Um livro de contos, incrivelmente gostoso de se ler! Clarissa fala de amores e desamores com os quais qualquer um vai se identificar, como se estivéssemos lendo nossas próprias palavras! Super recomendo!

    Um trechinho para vocês do conto "Fica comigo":
    "Mas se você quiser fugir, a porta está aberta. Só me faça um favor: leva tudo o que possa me fazer querer você. Leva meus pensamentos e leva uma parte do meu coração.
   Já aviso de antemão: se você quiser ir embora terá que levar muita coisa. Espero que você seja forte. E que a sua mala seja grande. Mas espero mesmo que você não queira ir. Eu queria muito que voce ficasse." págs 41 e 42.

    Essas Clarices e Clarissas mexem comigo viu!

    Um ótimo final de semana a todos! E aqui está mais uma página do meu livro Contra todas as probabilidades!

... pág 38

Depois do filme voltaram para o apartamento de André e ele notou que Ana estava diferente:
- Está tudo bem com você honey?
- Sim, está! Desculpe, é que estou faminta!
 Disfarçou ela.
- Então vamos comer! Vou preparar um lanche para nós dois!
Ela concordou com a cabeça e sentou-se no sofá pegando seu celular enquanto André estava na cozinha. Entrou no instagram de Marcus e comentou embaixo de sua última postagem:
- Foi bom vê-lo novamente!
Lancharam, tomaram um banho e foram para a cama, apesar de um pouco confusa Ana gostava de como André a “pegava de jeito”. Fizeram amor por horas e adormeceram.


Capítulo oito

Era o último final de semana de Marcus em casa antes de sair novamente em turnê. Chegou do shopping, fez um lanche, tomou banho, deitou-se no sofá e ligou a TV. Não estava passando nada interessante. Então pegou seu celular e verificou o instagram. O último comentário que havia era de @anadecor.
 -Ana...
 Sorriu ele e entrou no perfil dela. Ela era bonita, pensou distraído.
- Uma mulher interessante! Pena que tem namorado!
 Disse para si mesmo. Desligou o celular e foi dormir.
Acordou cedo e arrumou as malas. Telefonou para os companheiros da banda para combinarem o horário de saída. Tudo certo, era hora de partir.
Essa nova turnê seria mais curta. Passariam um mês em shows pelas regiões norte e nordeste, quinze shows no total.
...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Procuro

Bom dia!

Ontem demorei a dormir porque meus pensamentos não me permitiam relaxar e me entregar ao sono. Ideias fervilhando em minha cabeça e uma vontade louca de escrever! Sinceramente não acho que fui eu que escolhi ser uma escritora, amar as palavras, foram as palavras que me escolheram! Pronto! Se esse é meu destino não tenho como fugir dele! O jeito é continuar escrevendo e correndo atrás da realização desse sonho. Confesso que além de escrever tenho um certo vício pela leitura (para não dizer que sou completamente viciada...). Adoro ler de tudo! Romances, dramas, livros policiais, artigos sobre qualquer coisa, blogs, etc. Qualquer coisa, qualquer coisa! E tenho um segredo: gosto de papel! Gosto de poder segurar o livro nas minhas mãos e sentir aquele cheirinho do papel, sentir o seu toque...

Planos, projetos, muita coisa para acontecer! (Ouviu isso destino?)

Hoje escreverei uma das minhas velhas poesias. Espero que gostem! Logo abaixo, mais um trechinho do meu primeiro romance Contra todas as probabilidades!


Procuro

Procuro um amor que seja brisa nos dias quentes,
Calor quando for frio,
Abraço quando houver saudade.
Procuro um amor que seja luz para a minha vida,
Brilho para os meus olhos,
Sorriso para os meus lábios.
Procuro um amor que acalme o meu coração,
Que me aconchegue em seus braços,
Que toque minha alma.
Procuro um amor e não tenho medos,
Não tenho pressa...
Estou de coração aberto!
Procuro um amor...
E quando encontrá-lo serei paz nas atribulações,
Carinho quando houver cansaço,
Sorrisos, beijos e abraços.
           

                       Renata Corrêa, abril de 2004

... página 37 do livro Contra todas as probabilidades


Depois de comerem, André e Ana tomaram um banho juntos e fizeram amor debaixo do chuveiro. A noite era uma criança e decidiram sair um pouco. André a levou a um dos seus bares preferidos. Beberam cerveja e conversaram. O local era agradável e tinha música ao vivo. Ficaram até tarde ali. Na volta para casa o trânsito estava tranquilo e ele passeou de carro mostrando a cidade para Ana. Chegando ao apartamento foram direto para cama. Cansados, adormeceram rápido.
O cheiro de café vindo da cozinha a fez despertar, acordou de bom humor! Escovou os dentes e tomaram o café-da-manhã juntos. Deram uma volta no parque do Ibirapuera. Ana adorou o lugar. Almoçaram em um restaurante e a tarde foram ao cinema. O shopping estava tranquilo, ainda era cedo, mas próximo do cinema havia certo alvoroço, eles ficaram curiosos e se aproximaram para ver o que era. Ana sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo.
- Marcus...
 Disse baixinho.
André ouviu e concordou:
É verdade! Aquele vocalista da banda 330 hertz! Os caras são bons!
Ana sentiu o rosto ficar quente.
- Vamos até lá!
 Disse André e a saiu puxando sem que ela pudesse reagir.
- Não, não...
 Pensou Ana.
-Ei cara! Adoro o som de vocês!
 Disse André chamando a atenção de Marcus, após ter se infiltrado entre os fãs.
Marcus virou-se e sorriu. Ao encontrar o olhar de Ana a reconheceu.
-A moça que cantou comigo!
 Disse alegre.
- Oi! Como vai?
Ela o cumprimentou  sentindo o corpo pegar fogo.
- Bem e vocês? É seu namorado?
Perguntou Marcus referindo-se a André.
Ela assentiu com a cabeça e André foi logo falando das músicas que gostava, animado, não parava de falar e Ana com vontade de morrer ali mesmo!
Despediram-se e o casal entrou para assistir ao filme.
Já dentro da sala de cinema Ana não conseguia prestar atenção. Seu pensamento havia ficado lá fora.
 - Marcus... Como é lindo e mexe comigo!
Pensou distraída.
...

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Clariceando

   Bom dia queridos!!!

  O que te inspira? Já parou para pensar nisso?
  A primeira autora que li e que mudou minha vida foi Clarice Lispector. Eu devia ter por volta dos 15 anos de idade e minha professora de literatura na época pediu que lêssemos "A paixão segundo GH" e "A hora da estrela". Ambos de Clarice Lispector. (Obrigada "Tia" Inaura! Mudou minha vida!) Quem já leu Clarice vai entender logo do que estou falando e quem ainda não leu, recomendo que leia!
  A forma como ela escreve mexe com a alma da gente, por mais que o que esteja dizendo às vezes não faça sentido, ou pareça enigmático demais. São as palavras que nos tocam! Até àquela época de minha vida eu não pensava ser possível usar as palavras assim! Para mim, e para muitos, Clarice foi um gênio da literatura brasileira e mundial!
  Nascida na Ucrânia em 1920, naturalizada brasileira, dizia-se pernambucana. Foi casada com um diplomata e viveu muitos anos em outros países. Teve dois filhos. Fez Direito, mas nunca exerceu a advocacia. Faleceu aos 57 anos vítima de um câncer de ovário metastático. Tão jovem...
  Mas como ela mesma disse: "Não fui ao enterro. Porque nem todos morrem." Essa frase foi escrita no conto San Tiago, em que conta a história de um amigo. Ela nunca morreu, nem morrerá para seus leitores de várias gerações...
   Ainda desse mesmo conto posso citar frases incríveis como:
"O que aprendi, já esqueci, mas tenho certeza de que de algum modo ficou em mim." pág 97 do livro De amor e amizade
"Todo herói é um herói de si mesmo. Quem vence está-se vencendo." pág 98 do livro  De amor e amizade.
   Ela morreu quatro anos antes de eu nascer... Gostaria de tê-la conhecido! Mas de certa forma eu a conheço. A conheço de suas obras . Visito, de vez em quando, um pouco de sua alma!
   No conto "Amor imorredouro" ela fala:
"E sinto-me um pouco como se estivesse vendendo minha alma. Vendo, pois, para vocês com o maior prazer uma certa parte de minha alma - a parte de conversa de sábado." pág 15 do livro De amor e amizade.
   Depois de tanto Claricear, dou continuidade ao meu livro. Aqui está a página 34! Boa leitura!

... página 34

Ana ainda sentia-se cansada e assim que André saiu, lavou a louça e dormiu um pouco. Acordou e já tinha anoitecido, tomou um banho e arrumou-se para o encontro. Agora ela tinha certeza de que se tratava de um! Sorriu.
 - Há quanto tempo não tinha um encontro!
Pensou consigo mesma.
Foram a um barzinho elegante e calmo da cidade. Beberam vinho, jantaram e conversaram. André se convidou para entrar quando a deixou em casa. Ana estava empolgada e disse que sim. Perguntou sorridente:
- Aceita um café com chocolate? É especialidade da casa!
- Se é a especialidade da casa eu não poderia deixar de experimentar! Aceito sim! Quer ajuda?
- Não, sente-se aqui perto do balcão enquanto eu preparo!

O café com chocolate de Ana realmente era divino. André bebeu deliciando-se. Ela sentou-se ao seu lado. Ele colocou a caneca sobre o balcão, passou a mão no rosto dela e a beijou. Era gostoso o beijo dele. Ele acariciou-lhe o cabelo, ela levantou-se e sentou em seu colo. Beijaram-se com o fogo de dois adolescentes. Convidou-o a sentaram-se no sofá e colocou uma música suave para tocar. Beijaram-se mais um bom tempo acariciando um ao outro como se assim estivessem se conhecendo. André abriu o zíper do vestido dela nas costas e realmente achou seu corpo bonito. Fizeram amor ali mesmo e adormeceram no tapete ao chão.
...

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sozinha

  Bom dia!
  Dentre as muitas poesias que escrevi ao longo da vida, hoje escolhi uma de 2005 para postar para vocês!
  Um dia iluminado para todos!

Sozinha

                                                                                    Renata Corrêa - junho de 2005


Hoje estou só...
Talvez isso fosse motivo para lástimas, angústias, depressão...
Mas hoje, ao menos por hoje, não!
Hoje não...
Hoje a solidão é minha companheira!
Ao menos por hoje...
Estar só me permite estar comigo mesma, encontrar-me...
Ao menos por hoje!
Repensar meus atos, minha vida...
Hoje a solidão é sinônimo de reflexão!
Ao menos por hoje a solidão é minha companheira.

domingo, 2 de novembro de 2014

Sempre primavera

Hoje compartilharei com vocês uma poesia que escrevi em 2003! Sejam bem vindos ao meu mundo das palavras!

Sempre primavera
                               
                             Renata Corrêa



Manhãs de sol, céu azul e ar fresco.
Na primavera o mundo ganha novas cores,
a natureza despe o luto para vestir-se de fantasia,
e a fantasia é sonho e o sonho é colorido.
Muito verde, amarelo, rosa...
O cerrado se enfeita e os olhos se alegram.
Impossível passar e não olhar as tortuosas árvores.
Tortuosas e cheias de flores!
Ipês amarelos, rosas, flores do campo...
Como não admirar-se? (Diante do incrível espetáculo da natureza.)
Admirar só é pouco.
É preciso contemplar e refletir.
Olhar e depois fechar os olhos,
tentando, assim, guardar as belas imagens.
A natureza é mágica, grandiosa...
E a primavera é um sonho!
Sonho bom, alegre, cheio de cores, cheiros e flores.
É preciso aproveitar a primavera.
É preciso apreciar a vida como a natureza,
complexa e cheia de mistérios.
Admirá-la como um cenário bucólico,
enxergar as pequenas belezas que fazem toda a diferença.
Entender que os espinhos existem, mas não tiram a beleza das flores.