Boa tarde!
Ontem fiz um desafio no facebook para que vocês me sugiram temas para que eu escreva aqui! Vamos lá! Eu quero interatividade! Digam-me o que querem que eu escreva para vocês! Deixem seus recadinhos aqui ou no face, que irei ler com carinho e preparar textos bem especiais!
Enquanto isso, acabei de postar no wattpad a parte I do capítulo quatro do meu romance "
As coisas não são bem assim - sobre a vida e o amor", não percam!
http://www.wattpad.com/story/38741842-as-coisas-n%C3%A3o-s%C3%A3o-bem-assim-sobre-a-vida-e-o-amor
Um trechinho:
Capítulo quatro
O domingo amanheceu de céu azul e
sol forte. Levantei com um pouco de preguiça e abri as cortinas. Já eram
10:00h. Calcei meus tênis de corrida, tomei um copo de suco de laranja e fui
correr no parque do Sabiá, que é um parque municipal de entrada gratuita, com
pista de caminhada ou corrida, arborizado, e com um pequeno lago. Eu gosto
daqui. Quando corro sozinha, mesmo que o parque esteja cheio, sou só eu e meus
pensamentos. Gostava de vir aqui com Guilherme...
Desde o falecimento dele eu sempre visitava
seus pais nos finais de semana, mas tudo naquela casa me lembrava-o. Com o
tempo passei a ir lá cada vez menos. Já faz muitas semanas que não os vejo. Por
um lado acho que eles gostavam da minha companhia, de falarmos sobre o
Guilherme, mas ao mesmo tempo olharem para mim era como perceberem que ele se
foi e a vida continua, e acho que isso não era fácil. Fui me distanciando aos
poucos...
Voltei para casa a tempo de ajudar
minha mãe com a comida. Meus pais estavam visivelmente mais felizes com o fato
de eu estar conseguindo levar uma vida mais normal. Conversamos animadamente
durante a refeição. Tirei uma soneca depois do almoço. Meus pais saíram para
visitar um casal de amigos e eu fiquei em casa sozinha.
Sempre que estou sozinha aquele
sorriso grande me vem à mente. Guilherme tinha um sorriso lindo! Sinto saudades
de tudo, de nossas conversas, do beijo, do sexo, das nossas risadas ou de simplesmente
ficar à toa calada ao lado dele...
Fui para o jardim, liguei o som e
deitei na grama numa área de sombra. Fiquei contemplando o céu... Será que ele
pode me ver?
- Meu amor, porque me deixou tão
cedo? Sinto tanto sua falta! Espero que esteja num lugar lindo e em paz…
Adormeci enquanto conversava com
ele, ou com o céu, ou comigo mesma não sei bem… Acordei com meus pais chegando em casa. Já
era tarde, pedimos uma pizza e assistimos a TV juntos.
Segunda-feira pela manhã fui ao
clube nadar. Exercitar-me distrai minha mente e gosto de água. Ainda era cedo e
o clube estava praticamente vazio. Depois fui para a academia e malhei um
pouco. Voltei para casa e ajudei minha mãe a terminar o almoço. Meus pais já
estão aposentados e levam uma vida bem pacata. Eles mesmos cuidam dos afazeres
domésticos e gostam de receber amigos. Adoram filmes seja no cinema ou em casa
e gostam de um bom livro. Admiro o amor e companheirismo deles. Estão casados
há 30 anos e ainda parecem dois namorados. É o tipo de amor que todo mundo
gostaria de ter!
À noite fui para mais um plantão.
Sou uma pessoa pacífica, mas tem coisas que me tiram do sério… Volta e meia
atendo algum paciente simulando estar doente, ou fingindo estar desmaiado e
esse é o tipo de situação que me irrita! Pronto Socorro lotado, média de espera
para atendimento de duas horas e chega uma paciente trazida pelo Corpo de
Bombeiros, encontrada “desmaiada”, caída no chão do banheiro da casa dela. Ao
lado dela uma cartela inteira de ansiolítico vazia. O marido refere que eles
tiveram uma discussão e a esposa se trancou no banheiro, como já havia passado
um tempo e ela não saía de lá mesmo após ele chamar por ela várias vezes, ele
arrombou a porta e a encontrou caída ao lado da cartela vazia de medicação.
Imediatamente ligou para o socorro. Preocupada com a paciente, a levei para
sala de emergência e pedi para a enfermagem monitorizá-la para checarmos os
dados vitais e pedi que passassem uma sonda nasogástrica, que é um tubo que
colocamos pelo nariz e vai até o estômago, para que pudéssemos fazer uma
lavagem gástrica, pois se ela tivesse realmente ingerido todos aqueles
comprimidos precisaríamos retirá-los de lá antes que fossem absorvidos pelo
organismo, pois isso poderia provocar risco de morte. Assim que a técnica de
enfermagem começou a introduzir a sonda a paciente abriu os olhos e mexeu-se.
Juro que meu sangue ferveu na hora. Perguntei para ela se podia me ouvir e a
mesma respondeu que sim. Questionei o que tinha ocorrido e ela confirmou a história
do marido e da ingestão de cerca de 20 comprimidos na tentativa de matar-se.
Como o relato dela era de que isso já deveria ter cerca de uma hora, logo
percebi que tratava-se de simulação. Ela estava fingindo e provavelmente não
tinha tomado um comprimido sequer, deve ter jogado todos no vaso e dado
descarga. Afirmo isso porque com uma hora após a ingestão cada comprimido já
teria tido uma parcela da medicação absorvida pelo organismo, e com uma dose
tão alta a pessoa deveria realmente estar desacordada, mas como ela insistia
que era verdadeira sua história, informei que teríamos que lavar o seu estômago
e ela concordou, mesmo que um pouco desconfiada. Como eu já esperava, não saiu
nada daquele estômago! Depois que o procedimento terminou e eu disse que ela
podia me contar a verdade, porque estava claro que não havia ingerido remédio
algum, a mesma acabou confirmando que tudo não passava de uma farça para chamar
a atenção do esposo… Odeio este tipo de coisa, pois veja quantas pessoas ela
mobilizou! Fez com que uma ambulância do corpo de Bombeiros se mantivesse
ocupada por alguns minutos, sendo que outras pessoas poderiam realmente estar
precisando. Ocupou o meu tempo e o da equipe de enfermagem, quando poderíamos
estar atendendo as pessoas que já aguardavam há horas com dor para serem
avaliadas e medicadas… Terminado o show promovido pela referida paciente voltei
ao atendimento e trabalhei muito a noite toda. Ao término do plantão eu estava
exausta!
Trabalho toda segunda-feira, quarta
e sexta à noite e posso dizer que situações como essa do último plantão sempre
se repetem...
Ao chegar em casa tomei banho, bebi
um copo de leite com chocolate e fui dormir.
Acordei às 13:00h ainda com sono e
cansada. Almocei e dormi de novo.
A semana se seguiu como todas as
outras...
Sábado à tarde fui ao supermercado
fazer algumas compras com minha mãe. Enquanto minha mãe lia compenetrada
algumas caixas de sabão em pó, uma menininha tentando alcançar uma embalagem de
biscoitos na prateleira, na pontinha dos pés, me chamou a atenção. Sorri para
ela que me sorriu de volta e perguntei:
- Posso te ajudar a pegar os
biscoitos?
Ela sorriu e balançou a cabeça
dizendo que sim. Ela era loirinha, devia ter uns três anos e era linda.
- Aqui está! Como você se chama?
- Eu sou a Duda! E você?
- Eu sou a Clarice! É um prazer
conhecê-la! Disse estendendo-lhe a mão a qual ela apertou contente.
- Você está sozinha? Onde estão seus
pais?
- Meu pai está ali! Respondeu
apontando o dedinho. E minha mamãe está no céu! Ela é uma estrelinha brilhante.
Percebi
a tristeza em seu olhar e uma lágrima brotou em meus olhos. Peguei-a no colo e
beijei-lhe o rosto.
-
Você é bonita! Parece com a mamãe, só que o cabelos dela eram amarelos iguais
ao meu. Disse ela passando a mão em meus cabelos.
-
Duda, meu amor, já está incomodando a moça! O que o papai já lhe disse?
Virei-me
e o pai da garotinha estava ao meu lado. Fiquei um pouco constrangida de estar
com ela em meus braços, não queria parecer que sou uma sequestradora de
crianças...
-
Desculpe-me por isso! Disse entregando Duda nos braços dele.
-
Fui eu que me aproximei dela para ajudá-la a pegar uma embalagem de biscoitos.
Falei com um sorriso amarelo no rosto.
Ele
sorriu. O homem era muito bonito. Deveria ter uns trinta anos era alto e tinha
alguns cabelos grisalhos.
-
Não tem que se desculpar. Na verdade eu que peço desculpas, sabe como são as
crianças! Um minuto que me distraio e já a perdi de vista. A propósito, eu sou
o Henrique, pai da Duda! É um prazer conhecê-la!
Disse
me estendendo a mão.
-
Eu sou a Clarice! A estranha que gosta de ajudar crianças aparentemente
perdidas em supermercados. Respondi apertando a mão dele que deu uma
gargalhada.
...