Acabei de postar o segundo capítulo do meu romance "As coisas não são bem assim - sobre a vida e o amor" no wattpad! Leiam! Acompanhem esta linda, delicada e dramática história de vida de Clarice!
http://www.wattpad.com/127156827-as-coisas-n%C3%A3o-s%C3%A3o-bem-assim-sobre-a-vida-e-o-amor
"A
vida é feita de sonhos, mas nem sempre eles se realizam... O que fazer quando
de repente você se dá conta de que o tempo está passando e que a vida não é
exatamente do jeito que esperava ser?
Estou deitada na grama do meu jardim
de casa neste momento contemplando o céu. É noite e ele está estrelado, de um
tom azul escuro, quase sem nuvens. A lua está cheia e o ilumina. Não ouço
nenhum som a não ser o dos meus próprios pensamentos... E esses nunca param!
Tenho medo de uma hora meu cérebro “fundir”, como acontece com as máquinas ou
computadores que trabalham sem cessar... Nem quando durmo ele descansa! Sempre
que durmo tenho muitos sonhos, vívidos, quase reais. Às vezes acordo cansada de
tanto que sonhei! Não preciso estar exatamente dormindo para estar sonhando,
mas daí já são outros tipos de sonhos. Sonhos que se sonha acordada são na
verdade projeções de nossas esperanças, expectativas que temos sobre tudo. Eu
sempre tive bastante expectativas!
Tenho chorado muito nas últimas
semanas, na maioria das vezes quando estou sozinha. Sinto como se um pedaço de
mim tivesse sido arrancado! A dor é quase física mesmo, posso senti-la. Ela
aperta meu peito e me sufoca, faz minha cabeça girar e tenho a impressão de que
vou desmaiar. Mas ela passa... Preferiria que não passasse, talvez assim meu
fim chegasse logo. Ouço muitas histórias de pessoas que morreram de amor, ou
por amor... Que morreram depois que alguém muito querido faleceu, mas parece-me
que as coisas não são exatamente assim...
Estou com 26 anos de idade, sou
médica generalista, trabalho em um pronto atendimento municipal. Lido com a dor
e com a morte todos os dias, mas é diferente quando elas acontecem com a
gente... Com o tempo na minha profissão aprendi a não sofrer tanto com o
sofrimento alheio, me compadeço, me entristeço às vezes, mas não é uma dor que
se torna minha. Difícil é enfrentarmos nossas próprias dores.
Conheci Guilherme na faculdade, nos
primeiros períodos. Éramos da mesma turma e ele me fazia rir, mesmo quando as
coisas não tinham graça. Logo nos tornamos melhores amigos. Sempre estudávamos
juntos e um belo dia percebi que o que eu sentia era muito mais que amizade, eu
amava aquele garoto! Não foi fácil me declarar a ele. Tinha medo que parecesse
infantil, mas com o tempo comecei a perceber que ele já me olhava diferente
também, que sempre que tinha a oportunidade encostava a sua mão na minha.
Estávamos apaixonados! Um dia em uma festinha no campus universitário, já
tínhamos bebido um pouco e estávamos dançando um forró juntinhos e ele me
beijou. Minhas pernas tremeram, meu coração disparou, tive certeza do que eu já
sabia, era amor o que eu estava sentindo. Aquela boca quente na minha, foi o
beijo mais desengonçado e gostoso que eu já tinha ganhado, foi estranho para
nós dois, mas depois disso nunca mais nos desgrudamos, não literalmente é
claro, mas sentimentalmente falando. Éramos um casal perfeito: unidos,
companheiros, amigos, cúmplices. Gostávamos das mesmas coisas, ríamos das
mesmas piadas, éramos amantes fervorosos. Como o sexo era bom! Uma vez vi num
filme que o sexo é bom quando um se perde no outro, acho que era isso... Sempre
nos perdíamos um no outro! Namoramos durante todo o curso de Medicina e posso
dizer que eu o teria namorado por toda a minha vida, mas como costumo falar “na
vida as coisas nem sempre são bem assim”...
Estávamos no último ano da
faculdade, já nos preparávamos para a formatura. Fazíamos festas temáticas para
serem gravadas e entrarem para o clipe de despedida. Tudo era bom. Nem os
plantões de 24 horas, seguidos por uma prova na manhã seguinte, abalavam nossa
felicidade e confiança de que o futuro estava próximo e seria lindo.
Era um sábado de verão, tinha feito
sol forte a semana toda e havíamos organizado com os amigos uma viagem para
Caldas Novas-GO. Iríamos de carro no sábado bem cedo e voltaríamos na segunda
pela manhã. Ao sairmos começou a chover. No início a chuva era mansa, mas de
repente se tornou um temporal. Estávamos dois casais no mesmo carro, Guilherme
dirigia. Perdemos a visibilidade da estrada e o carro aquaplanou, não me lembro
bem o que aconteceu, mas saímos fora da pista e capotamos. Fiquei desacordada.
Disseram que alguém que passava pela rodovia, depois que a chuva parou, viu o
carro de rodas para o ar e chamou o socorro. Acordei no hospital com a luz de
uma lanterna em minhas pupilas. O médico perguntou se eu estava sentindo alguma
coisa quando me viu piscar os olhos. Não, eu não sentia nada, nem conseguia me
lembrar do que tinha ocorrido. Perguntei onde eu estava e me contaram o que
aconteceu... O que era para ter sido um dia feliz se tornou o pior dia da minha
vida! Guilherme teve um afundamento de crânio e morreu na hora. Nossos amigos e
eu tivemos ferimentos leves. Como reagir a uma notícia dessas? Não sei dizer se
foi o tom grave da voz do médico ao falar comigo, ou a delicadeza com que uma
enfermeira segurava minha mão, tentando me consolar, que me fizeram perceber
que agora a dor era minha..."
Continuem a leitura pelo wattpad!
Espero que gostem!
Beijos!
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