Este ano minha vida deu uma bela de uma reviravolta! Tantas coisas acontecerem que às vezes paro para pensar e me custa a acreditar que seja real. Só que nem sempre na vida tudo são flores... Nem na minha, nem na de ninguém. Este ano recebi a benção de engravidar de gêmeos, um casalzinho e de estar tendo uma gestação maravilhosa, sem problema algum, tudo correndo bem, dentro do esperado. De um ano para cá comecei o blog, escrevi três romances e um livro de contos e crônicas, tive um conto selecionado para um livro que foi publicado pela Editora Illuminare, que integra a coletânea de contos de amor "Eu, você e o amor", que foi lançada em agosto. Tive algumas poesias escolhidas, também através de seleção, para um livro de poesias, uma coletânea de diversos autores, que deverá ser lançado no início do ano pela editora Darda, que se chamará "Ondas poéticas". Além de ter tido a experiência de postar dois romances meus no Wattpad e ver a reação dos leitores, os comentários, as leituras, tudo foi incrível!
Mas como nem sempre tudo é bom, coisas ruins também me aconteceram... Meu pai adoeceu recentemente. Descobrimos um câncer no fígado que ainda não se sabe ao certo de onde vem, se é dali mesmo ou se são metástases de um tumor que ainda está "escondido" em outro local. Tanto sofrimento tem me deixado reflexiva. Sempre pensamos que são nos momentos de alegria e felicidade que nos reunimos, a família, os amigos... Já ouvi coisas como "é fácil sentir pena e compaixão, difícil é sentir alegria com a alegria alheia e sucesso, porque às vezes a felicidade alheia incomoda, causa inveja". Mas não sei não... Acho que às vezes seja até fácil sentir pena do sofrimento alheio e que o sucesso do outro possa mesmo causar inveja, mas sabe, quando se passa por uma dor profunda, uma dor e sofrimento que não são nossos, é na verdade muito difícil sentir aquela dor. Falo isso no meu romance "As coisas não são bem assim", quando a personagem Clarice perde o namorado, seu grande amor, após um grave acidente de carro, e ela que era estudante de Medicina e já tinha passado por tanto sofrimento, diz "agora a dor é minha". É diferente quando é com a gente, quando a dor é nossa... E nessas horas, por mais que a família não seja perfeita e tenha suas diferenças e mágoas, nessa hora percebemos a força da união e do verdadeiro amor. Amor que talvez a gente julgasse já nem existir, ou nem ser capaz de dar ou sentir, mas se há amor, ele vai florescer. E a dor nos deixa fortes, mais do que imaginávamos ser... Enfrentar uma doença grave não é fácil. Nem para o doente, nem para os cuidadores. Quem padece sofre com o medo da morte, com a dor constante e com as limitações até para se levantar da cama e comer. Quem cuida sofre ao ver o sofrimento estampado no rosto do ser cuidado, sofre de exaustão por noites sem dormir direito, sofre com a preocupação com os horários das medicações, os dias de exames e visitas ao médico... É tanta responsabilidade ter a vida do outro nas suas mãos... A pessoa doente passa a depender do cuidador para tudo, e a família sofre. Mas a família também se une e fortalece. Um se apoia no outro, dá força.
Já perdi muitas pessoas queridas e próximas na minha vida. Meus avós maternos quando adoeceram, minha avó teve Alzheimer e meu avô teve câncer de pulmão, deixaram-nos muito abalados, minha mãe largava o que fosse para poder ajudar a cuidar deles, mesmo morando longe, ela ia, sem pensar duas vezes. Foi muito sofrimento na época! Vovó faleceu após complicações do próprio Alzheimer, ela fez uma pneumonia aspirativa, por estar acamada, que acabou evoluindo para uma sepse (infecção generalizada). Meu avô faleceu 25 dias depois. Foi tudo muito próximo, horrível, sofrido. Senti meu mundo desmoronar. Eles para mim não foram apenas avós, eram meus segundos pais, ajudaram a criar a mim e a meus irmãos. Eu sentia por eles um amor, respeito, carinho e gratidão que nem sei mensurar! Doenças graves nunca são fáceis... Mas alguma lição fica de tudo que tanta dor causa, que seja a união, que seja a reflexão dos erros e acertos, que seja a compaixão, o perdão, a capacidade de se doar.
Não desejo o que estou passando para ninguém! Mas se acontecer de ter alguém muito querido e próximo com uma doença grave, aproveite você também para viver esse momento de reflexão, de amor e perdão, de união com seus familiares!
Rezem por mim e por minha família!
Um grande abraço a todos!