quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O ciúme é o tempero do amor? Ou será ele uma prisão?



"Eu quero levar uma vida moderninha
Deixar minha menininha sair sozinha
Não ser machista e não bancar o possessivo
Ser mais seguro e não ser tão impulsivo
Mas eu me mordo de ciúme"    Ciúme - Ultraje a Rigor


Bom dia! Como estão? Já faz alguns dias que ando pensando em escrever sobre esse tema, então vamos lá! Nunca fui uma pessoa ciumenta, então sou capaz de enxergar o ciúme com uma certa distância. Acredito que quando nos distanciamos um pouquinho de algo para olhá-lo, conseguimos vê-lo melhor. O ciúme, na minha concepção, nada mais é do que a sensação de posse, de que algo ou alguém nos pertence e que não gostaríamos de perdê-lo, nem de ver essa pessoa, ou qualquer outra coisa de que tenhamos ciúmes, sendo cobiçada. Claro que também acho que um pouquinho de ciúmes demonstra cuidado, amor. Vocês poderiam estar agora se perguntando como pode eu assumir que não tenho ciúmes? Como pode alguém não sentir ciúmes? Julgo o ciúme ser uma característica do temperamento de cada um, acredito que tenha  muito mais a ver com isso do que com amor mesmo. Eu não me considerar ciumenta não quer dizer que vou aceitar caladinha desaforos como alguém dar descaradamente em cima do meu companheiro, ou aceitar que alguém pegue algo meu emprestado e me devolva todo estragado. Pode ter certeza de que nas duas situações ficarei furiosa! Quando digo que não sou ciumenta, quero dizer que não sou uma ciumenta excessiva, paranoica. Não fico tentando imaginar coisas, fantasiar que alguma traição possa estar acontecendo e desenvolver com isso um comportamento obsessivo. Não sou disso... O dicionário Aurélio define ciúme da seguinte forma: "Sentimento doloroso causado pelas exigências dum amor inquieto, pelo desejo de possuir a pessoa amada, pela suspeita de infidelidade; zelos." Vejam o quanto esta definição é carregada de tensão emocional! Ela fala de um amor inquieto, e acredito mesmo que quem sofre muito por ciúmes tenha a inquietude como parte do seu temperamento. Ela ainda fala do medo da traição. O ciúme doentio é uma fantasia de que o outro possa estar traindo, mesmo que não haja indícios quaisquer para suspeitar disso. Mas a definição também fala de zelo, aí sim acho que o ciúme pode ser considerado o tempero da relação. Quando você revela ao outro que se importa com ele, que ama, que cuida, que jamais gostaria de perdê-lo, mesmo entendendo que "ninguém pertence a ninguém", que não temos a posse do outro. Dessa forma sim, acho que o ciúme seja um temperinho gostoso! Mas todo tempero quando colocado em demasia, desanda o prato! Sal demais, pimenta demais podem estragar a mais gostosa das refeições! Assim também é com os relacionamentos! Ciúme em excesso pode desandar com o amor! Amem, cuidem, importem-se, tenham ciúmes sim, mas cuidado para não errar na mão na hora de colocar esse último ingrediente na relação! Não sofram tanto! Não fiquem tentando inventar motivos para ter ciúme, o amor não pode ser uma prisão! Desejo que o amor seja algo mais leve na vida de todos! Confiem mais em quem têm ao lado. Vocês podem até se decepcionar algum dia, mas pelo menos não vão ter passado a vida inteira sofrendo por algo que talvez nunca aconteça!


Beijos e até mais!

2 comentários:

  1. Concordo com você Renata. Esse seu texto me fez lembrar de uma ex- namorada que eu tive alguns anos atrás. Meu Deus eu não podia nem olhar para o lado. Eu vivi um ano e meio com ela aguentando tudo isso, até perceber que todo esse sentimento não era amor, e sim uma obsessão, uma maneira de querer ter posse de tudo. Também acho que tudo tem que ser na dose certa, para não passar da medida. Abraços, Linda matéria

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