quinta-feira, 30 de abril de 2015

Curtam minha página no Facebook! https://www.facebook.com/renatacorreaescritora.blogspot.com.br

Bom dia leitores amados e mais lindos deste mundo! Sim, acordei eufórica! Na verdade pouco dormi, pois estava de plantão ontem a noite... Escritor tem que ralar para ganhar dinheiro, então, enquanto as coisas não emplacam sigo com meus plantões no PS de Clínica Médica!
Estou aqui para comunicar a vocês a criação da minha página no Facebook:
 Renata R. Correa (escritora) https://www.facebook.com/renatacorreaescritora.blogspot.com.br. Entrem lá e curtam para me seguir! Convidem seus amigos! Quero fazer de lá meu melhor canal de comunicação com vocês, onde compartilharei tudo que posto aqui no blog com os links, minhas publicações do Página Cultural e Wattpad! Por hoje é isso! Deixo a missão de fazer minha página "bombar" com vocês!
Grande beijo! Amanhã tem mais!

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Términos de relacionamento - Por que dói tanto?

Olá pessoal! Tudo bem com vocês?



Todos na vida já devem ter amado e desamado, terminado relacionamentos por vontade própria ou do outro (quando sentimos que levamos aquele "pé na bunda" - perdoem-me a expressão!). A relação às vezes vai se esgotando, acabando aos poucos, o sentimento fica gasto até que um dia acaba, por diversas razões. Quando termina assim gradualmente ambas as partes já esperam por isso, conseguem enxergar o fim, mesmo antes que ele aconteça, e até se sentem aliviados com o término. Difícil é quando termina bruscamente! Existe aquela situação que o amor acaba para nós, mas para o outro não. Daí ficamos "Sem jeito" de terminar, afinal não houve nenhum motivo sério, simplesmente deixamos de gostar, como explicar isso para a outra pessoa? Quando isso acontece ficamos torcendo para o outro desgostar da gente também... Esperamos que a pessoa perceba que já não somos mais os mesmos e queira terminar, porque nessas horas nos sentimos fracos e sem coragem de partir o coração alheio. Mas não tem jeito! Protelar o fim só vai piorar a situação, pois se uma das partes ainda ama, irremediavelmente irá sofrer! Contudo, outras vezes experimentamos o inverso. Estamos no auge do nosso amor e não percebemos que para o outro já acabou... E quando o coração partido é o nosso ficamos sem chão, sem ar, abandonados, destruídos, sem fé ou esperança. Parece até mesmo que podemos morrer de amor, mas por que dói tanto? É claro que dói pensar que a relação acabou, já que tínhamos planejado um futuro juntos com a outra pessoa, dói pensar que não teremos mais aquela companhia tão agradável e familiar, mas quer saber o que penso? O que mais dói é nosso orgulho ferido! Ninguém quer aceitar que foi dispensado, que não foi suficiente para o outro, para quem deu tanto amor e tanta dedicação. Sejamos honestos: quando alguém termina conosco sofremos muito mais por nós mesmos do que por quem foi embora. Entretanto, entendam: ninguém é suficiente para ninguém! Ficamos juntos por compartilharmos gostos em comum, por gostarmos, e não por dependermos desse amor. Nossa felicidade não está fora de nós, mas em nós mesmos! Relacionamentos terminam e amores vem e vão. Apaixonemo-nos mais por nós mesmos e pela vida! 

terça-feira, 28 de abril de 2015

Meu primeiro romance - Contra todas as probabilidades

Olá! Hoje postei as últimas páginas do meu primeiro romance "Contra todas as probabilidades" no Wattpad! Abaixo está o link. Ajudem-me a divulgar esta minha história! 

http://www.wattpad.com/story/28761774-contra-todas-as-probabilidades



"Ana, você é o sorriso no meu rosto, é a poesia da minha música, é o amor que me move e me faz forte. Tive muito medo de perdê-la e sou grato a Deus por não tê-la levado de mim e por estar aqui com saúde... Eu a amo mais do que imaginei que era capaz! Ana Dulmon, aceita casar-se comigo?"

Sinopse do livro Contra todas as probabilidades
(Gênero: Romance)

            O livro conta a história de Ana, uma jovem decoradora de interiores, bonita e solitária, que se apaixona platonicamente por Marcus, um cantor de rock. Ela fica encantada com a voz do cantor desde a primeira vez que a ouve. E após vê-lo na TV, passa a sonhar com o mesmo.  A vida se encarrega de colocá-los frente a frente e nasce o interesse de um pelo o outro. Marcus é um jovem de 25 anos de idade, alto, bonito e forte. Namorava Fabiana, que o deixa por não suportar a distância e o assédio das fãs, que a rotina de shows da banda impôs à vida dele. Contrariando todas as probabilidades Ana e Marcus se conhecem e se apaixonam.  Viverão um romance que terá cenas de sensualidade, humor, suspense e drama, e que despertará no leitor a sensação de que o amor verdadeiro supera todos os obstáculos. Ana recebe ameaças de uma fã dele e sofre um acidente que a deixa entre a vida e a morte. Será a fã a responsável pelo ocorrido? Ela sobreviverá, mas perde a memória e não reconhece mais seu amado. Conseguirão os dois superar esse drama? A memória dela será recuperada?


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Novos escritores - Quais os segredos do sucesso? Dicas para quem quer começar a escrever.


Bom dia galera mais linda do mundo! Eu não me canso de agradecer a companhia e os comentários, os compartilhamentos e os incentivos! Vocês são a razão de eu estar aqui escrevendo!
Escrever é uma tarefa muito solitária, quando um autor senta-se em frente a seu computador é apenas ele ali sozinho, se não tiver para quem escrever nada terá sentido. Então, quando sento-me sozinha para escrever, penso em cada pessoa que irá ler o que escrevi, em cada rosto que ainda não conheço, em cada sorriso, ou lágrima que serão despertados por emoções que surgirão da leitura de palavras minhas. Isso faz tudo ter sentido e valer a pena!
Hoje gostaria de falar com você, que como eu, sonha em publicar um livro. De cara eu vou te dizer: não vai ser nada fácil! Quando a gente entra num mercado que não conhece, pode ter até a ilusão de que tudo acontecerá rapidamente e sem complicações, mas basta começar  a entender um pouquinho sobre como ele funciona para começar a enxergar as barreiras e obstáculos que teremos que enfrentar. Sempre amei ler e sempre li de forma voraz! Muitos livros por ano!
E a primeira dica que dou para quem pensa em se tornar um escritor profissional é: leia muito! Leia sobre diversos assuntos, leia autores nacionais e estrangeiros.
Desde muito novinha eu escrevia poemas, tinha escrito alguns contos, mas foi em 2014 que decidi levar a escrita a sério e quis fazer disso uma profissão. Desde então tenho lido mais ainda e tenho lido muito sobre publicações, as diversas formas de entrar no mercado e coisas desse tipo. A segunda dica que dou é justamento sobre isso:
Entenda sobre o mercado editorial. Formas de publicação, gêneros e tenha em mente seu público alvo.
Acabei me surpreendendo com a quantidade de pessoas que escrevem e que desejam tornar-se profissionais, eu não tinha ideia de que existiriam tantas pessoas querendo virar escritores, mas acredite, somos muitos! Diante disso, deparamo-nos com uma realidade hostil: conseguir uma publicação totalmente bancada por uma editora séria é como ganhar na loteria!
Então o que fazer? Primeiro pense se é realmente isso que deseja para sua vida. Assisti a um vídeo de uma autora que adorei. Ela dizia: "nem sempre o que você gosta de fazer vai ser o que você quer fazer como profissão". E ela dá o exemplo de que adorava computadores e por essa razão fez faculdade de Sistemas de informação. Diz que odiou quando começou a trabalhar com isso. Eu ri muito, porque é a mais pura verdade! Nem sempre o que gostamos de fazer é o que queremos fazer profissionalmente! Eu, por exemplo, adoro cantar e tocar violão, mas provavelmente não suportaria a vida de uma artista da música, shows praticamente todos os dias, noites sem dormir, uma vida fora de casa. Isso não é para mim. Esse pensamento vale para diversas profissões. Quem quer escrever profissionalmente precisa entender que a vida de escritor é sim muito solitária e que você será muitas vezes incompreendido e julgado. Além disso, um escritor precisa ter disponibilidade para viajar durante o lançamento de seus livros para exaustivas noites de autógrafos e precisa gostar disso e gostar de gente! O público é que fará um escritor ter ou não sucesso. Logo, quem se propõe a escrever precisa gostar de relacionar-se com pessoas. Atender bem os leitores, responder emails e recados nas redes sociais. É um dos trabalhos mais ambíguos do mundo! Solitário durante o período de produção da obra, mas de uma vida social agitada quando da divulgação. Além disso, é um trabalho que demora para ter retorno financeiro. Hoje em dia, as editoras que trabalham com publicação completa por conta da editora, incluindo produção do livro, divulgação e vendas, paga em torno de 10% do preço de capa, por cada livro vendido, para o autor. Vamos fazer as contas? Um livro vendido por um valor médio de R$25,00 dará ao autor R$2,50 de lucro por venda. Parece pouco? Na verdade é! Ou seja, um autor só vai conseguir "viver de escrever" depois que tiver pelo menos uns dois ou três livros lançados no mercado que estejam vendendo bem, e com "vender bem" eu quero dizer mais de 10 mil cópias. Para entender um pouquinho mais sobre isso é preciso ter a noção de que no Brasil os livros não vendem milhões de cópias como nos EUA, salvo raras exceções. As tiragens iniciais aqui variam em torno de 1.500 a 3.000 cópias, e um livro que vende 10 mil cópias em um ano é considerado de sucesso. Nossos best sellers são considerados assim geralmente acima de 40 mil cópias. Se você multiplicar 10 mil por R$2,50 verá que se seu livro vender com sucesso, ao longo de um ano inteiro você terá recebido R$25.000,00, o que dividido por 12 meses daria pouco mais de R$2.000,00 por mês. Percebem como é difícil "viver de escrita"? Às vezes a pessoa entra no mundo literário com a ilusão de que ficará rico, pode até acontecer, mas levará muios anos e só acontecerá se você conseguir construir uma carreira sólida de sucesso. Não estou querendo desanimar ninguém, mas é importante conhecer a realidade dos fatos.
Após uma reflexão honesta consigo mesmo(a) em que a conclusão seja: eu realmente quero isso e gostaria de levar a vida assim, vá em frente! Lute por seus sonhos! O primeiro passo é sentar e escrever uma boa história. Não tenha pressa! Leia várias vezes seu texto pronto. Faça as correções necessárias. Quanto mais bem escrito mais agradável será a leitura e maior a chance de as pessoas gostarem do que escreveu. Escrever é um exercício! Quanto mais escrevemos, melhor escrevemos.
Escrito seu livro e revisado é hora de começar o envio para as editoras. Acesse os sites e veja se a editora tem livros no mesmo gênero e público-alvo que o seu. Entre em contato primeiro por email ou pelo próprio site antes de enviar sua obra, para não ficar jogando dinheiro fora com cópias e gastos com correio. Decida se deseja esperar por uma publicação gratuita ou se está disposto a bancar parte da publicação ou toda ela. Se optar pela auto-publicação, conheça a editora antes de fechar o contrato. Procure comentários sobre ela na internet. Não vale a pena pagar caro para ter seu livro impresso se a editora não for fazer uma boa revisão, imprimir em papel de qualidade, se não tiver um bom capista e se não houver interesse em divulgação e distribuição do seu livro pronto. Pagar para fazer o livro e ter que divulgá-lo sozinho e vendê-lo sozinho pode ser mais difícil do que parece. Pense com calma no que deseja e entenda: "escrever e tornar-se um profissional é saber exercer a arte da paciência". Conseguir uma publicação e ter sucesso pode levar muito tempo!
Esteja presente nas redes sociais. Tenha interesse em conhecer outros escritores. 
Resumidamente:
1- Conheça o mercado editorial.
2- Tenha em mente seu público-alvo.
3- Tenha paciência e persistência.
4- Escreva com capricho e faça uma boa correção.
5- Esteja presente nas redes sociais.
6- Decida qual a forma de publicação que mais combina com você.
7- Leia muito!
Boa sorte!
Que possamos algum dia nos encontrar em noites de autógrafos, minhas ou suas, em em bienais do livro!

#literaturanacional #novosescritores #amoescrever #paixãoporliteratura


sexta-feira, 24 de abril de 2015

Beijos bons e beijos ruins? Qual o segredo do beijo na boca?



Bom dia! Mais uma sexta-feira chegou e em finais de semana ficamos mais propensos à arte de amar! Os que já têm namorados(as), maridos e esposas ou "namoridos", etc encontram mais tempo nos finais de semana para se curtirem e os solteiros saem à caça (ou algo assim...)!
Já pararam para pensar nos beijos que já deram/receberam ao longo da vida? Por que tem beijos que consideramos bons e outros nem tanto (ou ruins mesmo)?
O beijo na boca na minha humilde opinião é uma arte! Para ser bom não pode ser dado de qualquer jeito, tem que ser com calma, mesmo que exista urgência entre as duas bocas, tem que haver entrega, carinho, calor. Lembro-me com certo desespero de alguns beijos que já ganhei. Os piores do mundo, para mim, são aqueles de boca meio fechada e olhos abertos. O que a pessoa pensa que está fazendo? Abra a boca e feche os olhos menino! Outro tipo terrível é aquele que a pessoa faz um movimento frenético e desorientado com a língua. Sinceramente não sei quem algum dia disse que isso era bom... Calma! Encoste os lábios na outra boca e relaxe. Explore os lábios, abra a boca e deixe que as línguas se conheçam, suavemente! Não, isso aqui não quer ser um manual do beijo bom, mas acho que certas pessoas precisam saber o que não fazer! 
Gosto quando percebemos que as duas pessoas que estão se beijando estão se divertindo, aproveitando, melhor ainda se for com a gente, não é mesmo?
Uma mordidinha leve nos lábios (Leve! Não vá querer arrancar pedaço do outro!), suspiros, sorrisos, isso tudo dá alma para o beijo,  personalidade e são tiro e queda para que o outro goste! Aproveite suas mãos para fazer carinho, no rosto e nos cabelos. Também curto quando um bom beijo vem acompanhado de um abraço apertado, os dois corpos na mesma sintonia, os corações batendo no mesmo compasso (acho que isso já é beijo de amor!).
Pois bem, existem beijos de amor e beijos apenas. Mas mesmo os "beijos apenas" deveriam ser sempre bons!


Desejo que todos beijem bastante neste final de semana, de preferência a mesma boca, melhor ainda se for uma que você já conheça!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Fobias - Qual seu pior medo?


Olá galera linda que me acompanha! Como vão? Espero que bem!
Ontem fiquei pensando sobre nossos medos, medos não, pavores, terrores, fobias. Do quê mais vocês têm medo? Tem gente que tem medo de água, outros de barata, outros do escuro, e há aqueles que como eu, têm medo de altura!
Não sou uma pessoa medrosa. sou escandalosa! É diferente! Então em várias situações que outras pessoas demonstram medo, eu posso até gritar, mas se tiver que matar uma barata por exemplo, vou lá e mato! Mas a altura... 
Apesar de ter pânico de lugares altos, de vez em quando tento superar um pouquinho o que sinto. Já fiz tirolesa no Hot Park, em Rio Quente-GO, pulei de uma altura de 15 metros, pulei não, deixei meu corpo cair, porque não tive coragem de pular, 15 metros pode parecer pouco, a altura de um edifício de cerca de 6 andares, mas parecia que eu estava pulando para a morte. É essa a sensação que nossas fobias nos causam: sensação de morte iminente! No fatídico dia da Tirolesa no Hot Park eu já havia brincado no Half Pipe, mas fui atrás naquela boia, também fiquei com a boca seca, as mãos suando e o coração acelerado, mas nada se compara a Tirolesa. O instrutor, muito bem intencionado (anhan, sei!...) mandou que eu fosse de "aviãozinho", presa pelo tórax e de barriga para baixo. Essa é a pior posição do mundo para alguém que tem medo de altura, pois você fica com a cara virada para baixo! Chegou a formar uma torcida na parte debaixo do rio (a tirolesa é sobre o rio) para que eu pulasse logo. Acabei chegando bem na beiradinha da plataforma e deixei meu corpo cair. Eu parecia um saco de batatas caindo lá de cima, até que senti o baque da corda me segurar, ufa! Depois que me senti segura até que consegui aproveitar o momento! Não sei porque a gente insiste em desafiar nossos medos, mas fazemos isso! Em outra ocasião voltei a fazer tirolesa, em Natal-RN, mas daquela vez, espertamente, decidi ir sentada, foi bem melhor!
Meu medo de altura é algo tão aterrorizante, que se eu chegar na sacada dos últimos andares de um edifício muito alto, tenho que me concentrar em olhar para o horizonte, jamais olho para baixo, e por garantia mantenho certa distância da murada de segurança.
Na minha cidade construíram há poucos anos um viaduto muito bonito que corta duas avenidas importantes e volta e meia preciso passar por lá. Se eu virar meu rosto e olhar pela janela tenho a impressão de que vou cair com o carro lá de cima! Então procuro ir na pista do meio e não olho para o lado (já tentei olhar estando de carona, chego a ficar enjoada!). 
Já desci em tobogãs (essas coisas e tal), sinto-me apavorada e evito os mais altos, tem dado certo!
Certa vez numa viagem a Campos de Jordão, meu marido e meus amigos decidiram passear de teleférico, que lá é chamado de mini-teleférico (juro que não quero conhecer nenhum teleférico maior que aquilo!). Todo mundo estava animado, eu não podia amarelar. Fui! Quase morri de medo! O teleférico corta uma rua (e eu só pensava que se caísse de lá ou morreria da queda ou atropelada!) e depois passa pela mata, o que chegou a me dar um certo alívio porque pensei que as árvores amorteceriam minha queda! Na subida eu honestamente não consegui aproveitar a paisagem! Muito medo! Mantinha meu olhar fixo no horizonte! Fiquei com as mãos grudadas naquilo e queria matar minha amiga Gisely que insistia em virar para trás e filmar e tirar fotos! Que sufoco! na descida arrumei uma estratégia de olhar a paisagem que acabou dando certo! Enfim, minha vida convivendo com minha fobia de altura tem sido assim: divertida e dramática!
E vocês, quais foram as situações mais cômicas que já passaram por causa de suas fobias? Contem-me! Adorarei saber!

Beijos e até a próxima!

terça-feira, 21 de abril de 2015

Saudades (Sentindo-me um pouco Carlos Drummond de Andrade)



Saudades 

Renata dos Reis Corrêa

Sinto tanta falta daquele sorriso que imaginei, do abraço que não cheguei a sentir e daquela conversa que já sei de cor, mesmo nunca tendo acontecido.
Sinto uma falta imensa do seu cheiro que não conheci, dos beijos que desejei e de um amor pleno que esperei para mim.
Sinto uma falta descomunal de você que ainda não surgiu na minha vida e de tantas coisas que não vivemos e de mim mesma, do que eu não sou, do que não fui, do que eu quis ser e do que um dia serei.
Hoje estou cheia de saudades e me sinto um pouco Drummond.

Escrevendo isso me lembro do poema "Estrambote melancólico" do Carlos Drummond de Andrade:

Tenho saudade de mim mesmo,
saudade sob aparência de remorso,
de tanto que não fui, a sós, a esmo,
e de minha alta ausência em meu redor.
Tenho horror, tenho pena de mim mesmo
e tenho muitos outros sentimentos
violentos. Mas se esquivam no inventário,
e meu amor é triste como é vário,
e sendo vário é um só. Tenho carinho
por toda perda minha na corrente
que de mortos a vivos me carreia
e a mortos restitui o que era deles
mas em mim se guardava. A estrela-d'alva
penetra longamente seu espinho
(e cinco espinhos são) na minha mão.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Minha amada Clarice Lispector - Eterna e imortal! Não deveria ser permitido passar por esta vida sem ler algo de Clarice!



Quem já acompanha meu blog há algum tempo sabe do meu amor profundo pelas obras da Clarice Lispector. Mas nunca é demais falar sobre ela e sobre seus textos, então hoje minha postagem é uma homenagem sincera a essa incrível mulher que mudou a Literatura Brasileira e especialmente mudou meu modo de ler Literatura Brasileira e me inspirou a querer escrever e tem me influenciado sempre, a cada texto novo que leio me encanto e fico ainda mais apaixonada!
Clarice Lispector nasceu na Ucrânia na pequena cidade Tchetchelnik, em 10 de dezembro de 1920, em uma família judaica que perdeu toda sua renda durante a Guerra Civil Russa e devido à perseguição aos judeus emigraram do país, chegando ao Brasil em Maceió, quando Clarice tinha cerca de dois meses de vida. Posteriormente mudaram-se para Recife, onde cresceu e viveram até sua mãe falecer. Mais tarde mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde a família se estabilizou e viveram até seu pai falecer.
Clarice estudou Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro e já naquela época demostrava interesse pelo meio literário, tendo trabalhado como tradutora e logo iniciou sua carreira como escritora, trabalhando também como jornalista, escrevendo para jornais como contista e ensaísta, trabalhou ainda como editora. Ela transformou-se numa das figuras mais influentes da Literatura Brasileira e do Modernismo, sendo considerada uma das principais influências dos novos escritores brasileiros (e me incluo aqui).
Casou-se com um diplomata brasileiro, com quem teve dois filhos homens, e devido a carreira do marido viveu muitos anos em países no exterior. Teve uma morte prematura em 1977 às vésperas de completar 57 anos de idade, vítima de um câncer de ovário. Deixou dois filhos e uma vasta obra literária composta por romances, novelas, contos e crônicas.
Só quem já leu algo de Clarice poderá entender quando alguém falar sobre Clarice. Ela é diferente de tudo que já li e provavelmente lerei em toda minha vida! Clarice foi uma escritora dedicada a desvendar as profundezas da alma humana (e dos bichos, como ela mesmo teria dito). Como dizem os críticos: "ela escolheu a Literatura como bússola em busca pela essência humana. Sua tentativa de transcender o cotidiano revela-se na iminência de um milagre, uma explosão ou uma singela descoberta. Todos susceptíveis aos acontecimentos do dia a dia. Vidas que se perdem e se encontram em labirintos formados por uma linguagem única, meticulosamente estruturada. E é por esta linguagem que Clarice Lispector constrói uma obra de caráter tão profundo quanto universal."
Clarice é sempre uma surpresa, tão esperada, por quem se permite desvendar seus textos tão profundos e ao mesmo tempo simples e suaves que soam como uma conversa direta com o leitor. Certa vez ela mesmo disse que não gostava de rótulos para seus textos, preferia que fossem chamados de textos mesmo. "Crônica é um relato? É uma conversa? É um resumo de um estado de espírito? Não sei". 
Li recentemente "Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres", que é um romance, não um romance comum, como qualquer outro, mas um típico romance de Clarice, em que ela nos conta a história de Lóri, cujo nome verdadeiro é Loreley, e Ulisses. Ela nos leva a uma viagem pela descoberta de Lóri de si mesma. A personagem diz "Eu é". O principal responsável pela busca de Lóri, Ulisses, um professor de filosofia que possui muitas fórmulas para explicar o mundo, apaixona-se por ela, mas Lóri precisa primeiro encontrar-se para depois conseguir se entregar a este romance, e ele pacientemente espera. Ela diz: "Não encontro uma resposta quando me pergunto quem sou" e ele responde: "Mas isso não se pergunta. Não se faça de tão forte perguntando a pior pergunta de um ser humano. Eu, que sou mais forte que você, não posso me perguntar quem sou sem ficar perdido." Ulisses diz a ela: "Amor será dar de presente um ao outro a própria solidão? Pois é a coisa mais última que se pode dar de si."
E assim repleto diálogos tão profundos e perturbadores é esse lindo livro que acaba por nos induzir a nossa busca particular de nós mesmos. 
Terminada sua leitura iniciei "Clarice na cabeceira", uma reunião de vinte crônicas escolhidas por vinte pessoas que foram próximas à Clarice ou fortemente influenciadas por ela, publicados pela Editora Rocco. Antes de cada crônica, cada pessoa escolhida fala um pouco sobre Clarice, aproximando-nos dela, fazendo-nos conhecer um pouquinho mais da autora e não somente da obra. Confesso que não consegui segurar as lágrimas em vários momentos, principalmente quando alguns contaram como foi quando souberam da morte de Clarice. Nesta obra sua crônicas nos envolvem de tal forma que passamos a viver Clarice, ela que costumava dizer que na vida só sabia ser mãe e escrever e que quando não escrevia estava morta. Clarice ressuscita a cada página que lemos de seus textos. Clarice é eterna é imortal. Na crônica "Se eu fosse eu" ela diz: "Se eu fosse eu parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. E a nossa dor, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais."

O que ainda posso dizer? Leiam Clarice Lispector! Mas leiam de alma aberta e leve e permitam-se sentir suas palavras! Deixem que elas entrem em vocês e promovam a transformação que certamente irá acontecer!

Para quem ainda não conhece nada dos textos da autora, recomendo que iniciem por "Clarice na cabeceira", assim, além de conhecerem vinte crônicas, irão ler coisas sobre ela escritas por pessoas com quem conviveu.

Um abraço apertado e tenham uma boa semana!

domingo, 19 de abril de 2015

Tendências outono-inverno 2015

"O inverno veio tão perfeito
teu olhar de luva me cai bem
deixa a canção ir nos levando pra bem longe
vem encostar o teu sorriso mais pra cá..."
                                           Bom começo - Suricato

Essa foto tirei em Campos do Jordão em abril do ano passado. Nosso outono e inverno aqui no Brasil são bem particulares, temperaturas amenas, mas em poucas regiões realmente faz frio e na maioria os dias são de céu claro e quase não chove. São dias lindos! Amo o outono e o inverno! Nessas estações sinto uma paz me invadir e me sinto alegre e forte e cheia de energia! Tenho vontade de passear e de aproveitar os dias! De tomar chocolate quente, fondue, de assistir a filmes debaixo do edredom deitada no sofá, de ler um bom livro num cantinho de onde eu possa olhar o céu. As tendências para o outono inverno deste e de todos os anos são: dias bons, sorrisos estampados nos rostos, quer coisa mais na moda que a felicidade? Se quer ficar na moda nessas estações permita-se sentir o sol batendo leve no rosto junto com a brisa suave que sopra seus cabelos e deixe a alegria invadir sua alma! Coloque uma roupa confortável e saia para passear! De preferência de mãos dadas com alguém que goste! Seja feliz!

Continuo ouvindo as músicas da Suricato e cada dia mais encantada pelo som deles! Ouçam!




quinta-feira, 16 de abril de 2015

"O que é seu está guardado para você". "Para o alto e avante" Assistam ao filme Interestelar!



Vocês já devem ter ouvido muito esta frase ou outras parecidas com ela: "O que é seu está guardado para você". Eu acredito nisso e acho que as coisas acontecem na vida exatamente como deveriam acontecer, mesmo que a gente não concorde ou não entenda. E acredito sim que quando algo tem que acontecer, acontecerá. Dia desses assisti ao filme Interestelar. Já viram? É ótimo! É uma ficção científica, mas também um drama. Após ver a Terra esgotando seus recursos naturais e com a possibilidade de ficar sem oxigênio para respirar, um grupo de cientistas e astronautas decide explorar o universo em busca de um outro planeta com possibilidades de povoamento para transferir a população mundial e permitir a continuidade da nossa espécie. Tem uma cena que a menininha Murphy pergunta ao pai Cooper, interpretado pelo ator Matthew McConaughey, porque ele deu o nome de uma coisa ruim para ela, já que vivem dizendo que segundo a lei de Murphy se houver probabilidade de uma coisa ruim acontecer, ela irá acontecer. O pai então explica que na verdade a lei de Murphy quer dizer que se algo tem que acontecer, acontecerá! Não necessariamente algo ruim, apesar de a expressão ter ficado conhecida assim após um engenheiro aeroespacial norte-americano Edward A. Murphy se frustrar quando realizava alguns testes sobre a gravidade para um estudo e os sensores falharam. Dizem que ele falou: "Se existe mais de uma maneira de uma tarefa ser executada e alguma dessas maneiras resultar num desastre, certamente será a maneira escolhida para alguém executá-la." Mais tarde seus testes obtiveram sucesso. O que quero dizer é que coisas ruins infelizmente acontecem mesmo, porque existe esta probabilidade e não porque o universo está conspirando contra nós ou querendo nos punir. É importante entendermos que apesar dos erros e dos percalços devemos continuar, pois as coisas boas também acontecem quando têm que acontecer! Sei que às vezes quando ouvimos que o que é nosso está guardado a gente chega a pensar que foi na verdade bem escondido, isso sim! Mas mesmo se estiver escondido, se for para ser nosso ninguém tira! (Outro dito popular!). Então é isto minha gente: coisas boas e ruins nos acontecem mesmo, independente da nossa vontade! Mas não desistamos! "Para o alto e avante!"

PS: Fica a dica para o final de semana: assistam ao filme Interestelar! Excelente, envolvente, ótimas atuações, lindo!

quarta-feira, 15 de abril de 2015

O ciúme é o tempero do amor, ou será ele uma prisão?

Olá pessoal!

Para quem ainda não tinha lido este texto, agora ele também está no site Página Cultural!

http://paginacultural.com.br/o-ciume-e-o-tempero-do-amor-ou-sera-ele-uma-prisao/

O ciúme é o tempero do amor, ou será ele uma prisão?

"Eu quero levar uma vida moderninha
Deixar minha menininha sair sozinha
Não ser machista e não bancar o possessivo
Ser mais seguro e não ser tão impulsivo
Mas eu me mordo de ciúme..."    Ciúme - Ultraje a Rigor

            Nunca fui uma pessoa ciumenta, então sou capaz de enxergar o ciúme com certa distância. Acredito que quando nos distanciamos um pouquinho de algo para olhá-lo, conseguimos vê-lo melhor. O ciúme, na minha concepção, nada mais é do que a sensação de posse, de que algo ou alguém nos pertence e que não gostaríamos de perdê-lo, nem de ver essa pessoa, ou qualquer outra coisa de que tenhamos ciúme, sendo cobiçada. Claro que também acho que um pouquinho de ciúme demonstra cuidado, amor. Quando digo que não sou ciumenta, quero dizer que não sou uma ciumenta excessiva, paranoica. Não fico tentando imaginar coisas, fantasiar que alguma traição possa estar acontecendo e desenvolver com isso um comportamento obsessivo. Não sou disso... O dicionário Aurélio define ciúme da seguinte forma: "Sentimento doloroso causado pelas exigências dum amor inquieto, pelo desejo de possuir a pessoa amada, pela suspeita de infidelidade; zelos." Vejam o quanto esta definição é carregada de tensão emocional! Ela fala de um amor inquieto, e acredito mesmo que quem sofre muito por ciúme tenha a inquietude como parte do seu temperamento. Ela ainda fala do medo da traição. O ciúme doentio é uma fantasia de que o outro possa estar traindo, mesmo que não haja indícios quaisquer para suspeitar disso. Mas a definição também fala de zelo, aí sim acho que o ciúme pode ser considerado o tempero da relação. Quando você revela ao outro que se importa com ele, que ama, que cuida, que jamais gostaria de perdê-lo, mesmo entendendo que ninguém "pertence a ninguém", que não temos a posse do outro. Dessa forma sim, acho que o ciúme seja um temperinho gostoso! Mas todo tempero quando colocado em demasia, desanda o prato! Sal demais, pimenta demais podem estragar a mais gostosa das refeições! Assim também é com os relacionamentos! Ciúme em excesso pode desandar com o amor! Amem, cuidem, importem-se, tenham ciúme sim, mas cuidado para não errar na mão na hora de colocar esse último ingrediente na relação! Não sofram tanto! Não fiquem tentando inventar motivos para ter ciúme, o amor não pode ser uma prisão! Desejo que o amor seja algo mais leve na vida de todos! Confiem mais em quem têm ao lado. Vocês podem até se decepcionar algum dia, mas pelo menos não vão ter passado a vida inteira sofrendo por algo que talvez nunca aconteça!


Renata dos Reis Corrêa

terça-feira, 14 de abril de 2015

Romance policial, gostam? Meus comentários sobre "Virtude indecente" da Nora Roberts

Bom dia!



Assim que terminei de ler "Fora de mim" da Martha Medeiros comecei a ler mais um romance policial da espetacular Nora Roberts, o romance "Virtude Indecente". Só quem já leu algum livro dela sabe como são repletos de ação e suspense e sempre com uma história de amor envolvida. Desta vez ela narra a história de Grace, uma escritora famosa de romances policiais, que não tem um relacionamento muito íntimo com sua irmã Kathleen, mas decide nas suas férias passar uns dias com ela, que está recém divorciada e sem a guarda do único filho. Grace descobre que Kathy além de dar aulas está trabalhando numa empresa de tele sexo. Fica preocupada no início, mas a irmã lhe garante que é seguro, que nenhum cliente tem acesso ao seu nome verdadeiro nem seu endereço. Grace então concorda e acha até graça. Logo nos primeiros dias na casa da irmã ela conhece um vizinho policial, por quem fica interessada. Certa noite sai com ele e quando volta encontra Kathy morta, estrangulada após ter sido estuprada. Grace pela primeira vez na vida sente na pele as emoções de uma história tão parecida com as que escreve. Ela fica revoltada e decidida a encontrar o assassino. Ed, o policial, é o responsável pela investigação do caso. Enquanto vamos descobrindo quem é esse criminoso vamos nos deparando com o nascer de um romance entre Ed e Grace, um amor que vai surgindo de forma tão real, natural e envolvente que ficamos presos a esses dois personagens. A história é deliciosa! Recomendo para quem gosta de histórias de amor e para quem curte livros de suspense e ação, típicos dos livros policiais! Conheçam as obras de Nora Roberts! Leiam mais! Beijos e até a próxima!

#noraroberts

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Chega mais para perto



Chega mais para perto, vem pra cá! Mas venha sem medo! 
Coloca um sorriso no rosto e aquela roupa que lhe cai bem. Vista sua alma de alegria e esperança e venha.
Aguardei tanto por este momento... Venha! Aproxime-se, não tenha medo.
Tenho tudo planejado para você. Confesso que por vezes tive receios dos caminhos que escolheu trilhar... Mas agora está tudo certo! Tenho um orgulho enorme de você! Venha!
Sua coragem, ousadia, fé, força e persistência lhe trouxeram até aqui. Dê-me sua mão. Deixe-me admirar este sorriso e sentir o calor do seu abraço. A música já começou a tocar e o dia está lindo, de céu ensolarado.
Parabéns por ter chegado! Contudo, saiba que adiante ainda há uma imensidão a ser explorada.
Chegue mais, sou seu futuro e estou lhe esperando ansioso e de braços abertos para vivermos tantas coisas incríveis!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

"Fora de mim" - Martha Medeiros

Oi gente! Tudo bem com vocês?


Esta semana li o livro "Fora de mim" da Martha Medeiros, que é uma autora brasileira, natural de Porto Alegre, que vem se destacando como uma das vozes mais originais no cenário da Literatura Nacional. Ela escreve poemas, crônicas e romances.  Este romance é narrado em primeira pessoa por uma mulher, que não sabemos o nome, que se entrega de corpo e alma a uma paixão irresistível, depois de anos de um casamento sem brigas, mas também sem muitas emoções. No mesmo dia que se separa do marido conhece outro homem por quem se apaixona loucamente e de repente passam a viver juntos. Eles são muito diferentes, ele é extremamente ciumento, o que faz com que ela passe a se questionar se estaria dando motivos ou quem poderia ser o próximo alvo das suspeitas. Narrado como se fosse uma conversa, num ritmo que é quase impossível parar de ler antes de chegar ao fim. Li o livro todo de uma vez! A relação termina quando o novo namorado a deixa e logo passa a viver com outra mulher, com quem ela suspeita que já estava tendo um caso. O término apesar de esperado, é devastador, muito mais forte que o sentimento que um dia uniu o casal. A narrativa é vibrante e verdadeira! São descritos três momentos distintos na vida da protagonista, mostrando o sacrifício de uma mulher para aprender a viver após uma dolorosa separação. A caminhada é lenta, cheia de armadilhas, mas traz autoconhecimento. A leitura realmente é gostosa, chegando a ser engraçada em algumas partes, mesmo que trágica em outras. Durante sua jornada a personagem vai ter que aprender a voltar a viver e voltar a amar. Leiam! Excelente livro, leitura deliciosa e fininho (contém apenas 102 páginas)! 

Beijos e boa sexta-feira! Lembrem-se: este é o melhor dia da semana!

quinta-feira, 9 de abril de 2015

"...eu não durmo sem antes ter sonhado um tanto..." - Suricato

Hoje eu passei o dia encantada com a linda música "Um tanto" da banda Suricato (que foi uma das revelações do programa Superstar). Afinal de contas eu também não durmo sem antes ter sonhado um tanto!
O que almejamos e planejamos, nossos sonhos, nos movem!

Quando eu conheci a banda senti um arrepio danado ao ouvi-los tocar! Sabe aquele tipo de música que mexe com a alma da gente, que transporta para outro mundo, que nos resgata para nossas raízes? Pois assim são as músicas da Suricato! Quem ainda não conhece, ouça! Eles usam alguns instrumentos musicais bem peculiares que desde a primeira vez que ouvi transportou minha mente para uma apresentação de música indígena que assisti há um tempo atrás na Argentina! De arrepiar mesmo!

Liguem o som e aproveitem! Com vocês: "Um tanto" da Suricato.

Um tanto

Suricato (Rodrigo Suricato)


Se eu fosse como o sol
Eu entraria na tua casa
Pra mostrar e aquecer
O coração que não acredita em nada

Acho que ainda não chorei
Tudo o que ganhei
Mas eu não durmo
Sem antes ter sonhado um tanto

Um tanto

Antes de virar senhor
Queria o mundo viajar
Conhecer histórias que farão de mim
Melhor em qualquer lugar

Acho que ainda não ganhei
Tudo o que rezei
Mas eu não durmo
Sem antes ter sonhado um tanto

Um tanto

Descobri que tudo que aprendi
Foi errando feio
Tanto tempo esperei pra ser feliz
Como agora mais de dentro que pra fora

Give me love
Give me love
Give me peace on earth
Give me light
Give me life

Se eu fosse como o sol
Eu entraria na tua casa
Pra mostrar e aquecer
O coração que não acredita em nada

Acho que ainda não ganhei
Tudo o que rezei
Mas eu não durmo
Sem antes ter sonhado um tanto

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Que eu e você sejamos "nós" (Quando dois se tornam um)

Olá meus queridos e queridas!


Acho tão lindo quando duas pessoas se amam tanto a ponto de se tornarem uma só! Um só ser, mas sendo dois em um! Mantendo suas particularidades, personalidades e desejos. Quando dois se tornam um, passam a entender melhor e a aceitar um ao outro. Têm sonhos em comum e compartilham gostos semelhantes. Quando eu e você nos tornamos "nós", eu amo suas qualidades e aceito seus defeitos. Sou o sorriso que te espera ao chegar em casa e você se torna meu porto seguro. A palavra que me acalma sai da sua boca e os braços que me acolhem e embalam meu sono são seus! A risada inesperada que sai de você é despertada por algo engraçado e despretensioso que eu disse. Nossa casa se transforma no melhor lugar do mundo e tudo o que mais importa para a gente passa a estar debaixo daquele teto. Quando eu e você nos tornamos um, até os dias ruins passam a ter partes boas. Os medos se tornam pequenos e juntos nos sentimos fortes! A coisa mais linda que eu acho no mundo é quando duas pessoas se escolhem e se transformam em uma só!

Um abraço apertado e até!

terça-feira, 7 de abril de 2015

Contra todas as probabilidades - publicação extraordinária

Oi gente! Hoje resolvi escrever duas vezes aqui no blog, pois decidi postar novamente os primeiros capítulos do meu primeiro romance "Contra todas as probabilidades", assim, quem ainda não conhece poderá ler um pouquinho e, caso se interesse, poderá acompanhá-lo nas publicações mais antigas (novembro, dezembro e janeiro) ou poderá lê-lo no Wattpad ou no Widbook!

PS: Quem já conhece pode matar saudade!

Beijos!

Contra todas as probabilidades




Capítulo um

Ana acordou e olhou no relógio do celular, eram 08:30h da manhã de um domingo que parecia ser mais um... Sem ânimo espreguiçou-se lentamente e decidiu levantar-se da cama.
Ligou o rádio e uma voz rouca cantava uma melodia de amor, pareceu-lhe bom o som que ouvia. Escovou os dentes, lavou o rosto tão devagar como se não tivesse pressa para terminar, olhou-se no espelho e viu algo que há muito não via: o seu próprio olhar.  Aquele que a fazia lembrar-se de quando sonhava e acreditava que um dia tudo iria dar certo no amor. Teve saudades de si mesma e sorriu. Amarrou o cabelo no alto da cabeça e foi preparar um café. Aquele cheirinho de café quente com chocolate que tanto amava despertou-lhe sensações boas. Realmente sentia-se diferente naquele dia, certo frenesi parecia tomar-lhe a alma. Terminou o café, colocou sua roupa de ginástica e foi caminhar no parque.
O vento no rosto, o cheiro de eucalipto vindo das árvores no ar, o barulho de crianças, algo insistia em tocar-lhe os sentidos. Começou a caminhar cada vez mais rápido até que se viu correndo, há tempos não corria. A liberação de adrenalina e endorfina pelo corpo só aumentava-lhe a sensação de prazer e de que aquele estava sendo um dia diferente.
Voltou para casa animada e teve vontade de organizar suas coisas, há muito não fazia isso! Seu trabalho consumia-lhe o tempo, mas não se importava, até gostava. Abriu as cortinas do quarto e as janelas. O vento entrou suave. Arrumou a cama e abriu o guarda-roupa. Quanta coisa ali já não usava mais! Decidiu ir tirando tudo que já não gostava e separou para doação. Deparou-se com um espaço enorme e sorriu satisfeita! Naquele instante, enquanto admirava o próprio feito, observou uma caixa onde costumava guardar lembranças. Pegou a caixa e sentou-se no chão e começou a vasculhar lentamente fotos da infância ao lado dos pais, cartas, tickets de museus, shows, parecia tão feliz naquelas lembranças que uma lágrima rolou pelos seus olhos. Colocou tudo de volta, tampou e a guardou no mesmo lugar, achava que ela ficava bem ali, como se assim pudesse proteger todos aqueles bons momentos que vivera. A fome bateu-lhe e resolveu cozinhar.
Saiu e foi à feira. Comprou legumes frescos e peixe, adorava peixe. Cozinhou com a felicidade de uma criança e pôs-se a cantarolar, gostava de cantar! Saboreou a refeição que acabara de fazer como se fosse a última que estava comendo na vida!
 - Que delícia! Pensou.
 De barriga cheia e com o corpo um pouco cansado da corrida no parque, ligou a TV e deitou-se no tapete no chão da sala. Mudando os canais, como quem procura algo interessante para ver, aquela voz rouca lhe chamou a atenção. Era a mesma voz que cantava a bela melodia de amor pela manhã no rádio, sorriu e deixou a TV neste canal. Uma banda nova de rock de nome “330 Hertz” se apresentava num show. Sentiu que realmente gostava daquilo e adormeceu feliz.        
Acordou assustada algumas horas depois, tomou um banho demorado, adorava a sensação de prazer da água quente em contato com sua pele. Com uma toalha enrolada nos cabelos e outra no corpo saiu do banheiro com vontade de enfeitar-se. Abriu o guarda-roupa satisfeita com a arrumação que fizera mais cedo e pegou uma caixinha com esmaltes e material para fazer as unhas. Sentou-se próximo à janela e sem pressa cortou, lixou, tirou as cutículas e pintou as unhas de vermelho, realmente ficava bem de esmalte vermelho! Escolheu um vestido leve e colorido, calçou confortáveis sandálias de salto, pegou a bolsa e saiu.
O dia estava lindo e merecia ser aproveitado. Foi ao shopping. Decidiu parar o carro um pouco antes e seguir caminhando a pé para desfrutar aquela bela tarde de primavera. As árvores pelo caminho estavam floridas, adorava ipês amarelos! O sol batia-lhe no rosto e uma brisa leve soprava-lhe os cabelos. Sentia-se bem como há muito tempo não sentia. Chegando foi a uma livraria. Caminhou por entre as prateleiras folheou um, depois outro e decidiu comprar um romance. Ainda estava admirada com suas unhas vermelhas! Sentia-se bonita. A livraria tinha uma sessão de música, parou por ali um momento. Coisas novas, coisas antigas...  Gostava de músicas antigas. De repente a capa de um DVD chamou-lhe a atenção.
 - Realmente hoje é dia de 330 Hertz! Pensou sorridente.
Resolveu levar também o DVD da banda nova de rock do moço da voz rouca. Pagou as compras e passeou pelo shopping olhando as vitrines. Sentou-se na praça de alimentação e pediu um sorvete de pistache.
 - Hum... Como isso é bom! Disse para si mesma baixinho.
Chegando à sua casa colocou o DVD novo para tocar, tirou as sandálias e sentou-se no sofá com os pés para cima.
- Não tinha reparado como aquele cantor era lindo! Falou em voz alta e levantou uma sobrancelha como fazia quando estava intrigada.
Aquele homem rouco cantando com os olhos fechados a estava matando! Após assistir o DVD ligou seu notebook e verificou seus emails e suas redes sociais.
 - Mais do mesmo!...
Balbuciou um pouco entediada. Até que um pensamento fortuito surgiu-lhe à mente e a fez sorrir:
 - Como chama mesmo aquele cantor gatinho?
 Vasculhando a internet encontrou tudo sobre a banda 330 Hertz e entrou nas páginas das redes sociais do tal Marcus, o cantor. Ficou horas ali vendo fotos, lendo os comentários das fãs, sentindo-se uma adolescente empolgada!
A fome bateu-lhe de novo e já estava tarde. Comeu o que sobrou do almoço, escovou os dentes, vestiu o pijama e foi dormir.
O relógio despertou às 07:15h, ainda estava com sono. Sonhou a noite toda com Marcus e acordou excitada. Tomou um banho quente e ensaboar seu próprio corpo estava causando-lhe arrepios.
- Ah Marcus!... Gemeu baixinho.
- Como isso é bom! Melhor que sorvete de pistaches…
 Saiu sorrindo do banheiro.
Chegou ao serviço pontualmente às 08:00h, o trânsito estava bom, pegou um café expresso na entrada e seguiu para seu escritório. Já tinha cliente esperando.
Ana era uma bela jovem de 27 anos, pele clara, cabelos e olhos castanhos. Tinha um sorriso lindo, com dentes perfeitos. Era bem sucedida profissionalmente. Trabalhava como decoradora de interiores numa firma de arquitetura e decoração da qual era sócia.
O casal que a aguardava entrou e ela os atendeu com todo seu entusiasmo. Entusiasmo para trabalhar era habitual em Ana, mas ela estava especialmente animada e em dias assim a equipe sabia que teria muito trabalho pela frente.
O dia passou voando! Decidiu os últimos detalhes para iniciar o projeto de reforma e decoração do primeiro casal do dia, visitou duas obras e saiu para fazer compras para uma terceira. Adorava o que fazia e seus clientes a amavam.
Chegou em casa às 19:00h exausta. Tomou um banho, jantou e começou a ler o livro que comprara no dia anterior.
A vida profissional de Ana ia muito bem, mas sua vida pessoal andava um pouco de lado. Já fazia um ano que não tinha namorado, nem um caso sequer. Adorava seus amigos, mas os via cada vez com menos frequência. Era uma mulher bem sucedida e solitária.
Leu um pouco e adormeceu.
A semana toda seguiu agitada, muitos compromissos de trabalho, poucas horas de lazer. Até que chegou sábado.  Acordou cedo e pulou da cama. Tomou seu delicioso café com chocolate e foi correr no parque. Quando chegou em casa o seu telefone estava tocando, havia deixado-o em cima da mesa da cozinha. Era sua amiga Carolina quem chamava.
- Bom dia Carol, quanto tempo!
- Bom dia, Ana, sua sumida! Abandonou os amigos, foi?
            - É a correria do dia a dia que deixa a gente sem tempo, amiga, jamais abandonarei vocês, sabe que eu te amo, não é mesmo?
- Amiga, vem almoçar comigo, estou morrendo de saudades, o Cris está em casa e chamou Ricardo e Amanda também! Venha, vai ser divertido!
- Ok, vou sim! Vou tomar um banho e estou indo para aí, querem que eu leve alguma coisa?
- Trás aquele sorvete de pistaches que adora! Beijos e até daqui a pouco.
 - Beijos e até!
Ana tomou um banho rápido, vestiu um short jeans e blusa regata, calçou uma sandália baixa, perfumou-se e passou seu batom vermelho preferido antes de sair.
O almoço foi muito agradável. Ana, Carol e Amanda eram amigas de infância e se adoravam, apesar de não se verem com frequência. Cris, marido de Ana, e Ricardo, namorado de Amanda, eram muito amigos e divertidos. Cris tocava violão muito bem e a turma toda adorava cantar junto com ele.
De repente Cris começou a tocar “Diga que sim”, um hit da banda 330Hz que Ana já amava e sabia de cor. Todos cantaram alto juntos e empolgados. Ao terminar a música Cris disse:
- Pessoal, não sabia que vocês também gostavam deles! São novos no mercado, mas muito bons, não é mesmo? Sabiam que eles virão fazer show aqui na cidade? Podíamos ir todos juntos, o que acham?
Ana estremeceu só de pensar em ver de perto o homem que andava perturbando-lhe o sono.
Muito animados todos concordaram e combinaram de ir juntos, até que Ana perguntou:
- Cris, quando será o show? Já estão vendendo ingressos?
Ele respondeu que o show seria dali a três semanas e que os ingressos já estavam a venda sim.
Ana foi logo dizendo:
 - Vamos comprar para ficarmos em frente ao palco, hein! Quero vê-los de pertinho!
 E sorriu ruborizada.                         
Os dias que se seguiram passaram rápido. Os amigos compraram os ingressos para assistir ao show na área vip em frente ao palco e Ana ouvia cada vez mais as músicas da 330Hz, nas suas poucas horas livres do dia,  na voz rouca de Marcus que lhe perturbava tanto. Os sonhos eróticos com o cantor estavam cada vez mais frequentes e reais.

Capítulo dois

A banda 330Hz tinha caído no gosto popular cantando canções de rock romântico e hits mais “rock and roll”. Era composta por quatro integrantes jovens, bonitos e tatuados. Dois deles eram cabeludos, mas quem vivia mesmo a atormentar o imaginário de Ana e de muitas mulheres país a fora era Marcus. Ele era um jovem de 25 anos que se destacava por ser alto, devia medir cerca de 1,90m, braços fortes e tatuados, pele clara, rosto bonito, nariz pequeno e perfeito, olhos castanhos sedutores e voz rouca estonteante.
A vida dos integrantes da banda mudara drasticamente nos últimos meses desde que haviam participado de um reality show musical. Antes desconhecidos do público a nível nacional, agora faziam shows em turnê por todo país e já contabilizavam seus primeiros milhões de seguidores nas redes sociais.
Marcus, o vocalista, era um menino tímido que cresceu gostando de música e tinha um dom natural para tocar instrumentos e para compor belas canções. Sua voz rouca e elástica, capaz de atingir desde tons bem agudos aos mais graves foi um destaque da banda desde suas primeiras apresentações no show da TV. Ele já vivia da música há alguns anos, cantando em bares à noite e nem sonhava que o sucesso estava tão perto de acontecer. Namorava há algum tempo Fabiana, por quem era apaixonado, mas a rotina dos shows país a fora estava deixando-os cada vez mais afastados. Fabi, como era carinhosamente chamada por ele, até tentava compreender a distância e o assédio das fãs, contudo já estava ficando cansada.
Após quatro noites seguidas sem dormir direito, vindo de shows em cidades diferentes, Marcus chegou a mais um hotel, onde os integrantes da banda descansariam por três dias até a próxima apresentação.
Cansado desfez a mala, tomou um banho, comeu um lanche e ligou para Fabi:
- Oi amor! Saudades de ouvir sua voz! Já faz dois dias que não nos falamos...
- Oi Marcus! Fizeram boa viagem?
- Fizemos sim, foram duas horas de viagem, com uma conexão um pouco demorada, mas o voo foi tranquilo, chegamos bem! O quê você está fazendo agora?
- Terminando um projeto para a Faculdade, também tenho provas na próxima semana. Os estudos e o trabalho estão me deixando exausta!
- Estou sentindo sua falta! Disse Marcus em tom melancólico.
- Precisamos conversar Marcus, isso não está dando certo! Tenho me sentido sozinha e sempre que vejo suas páginas nas redes sociais tenho vontade de enforcar umas mil fãs!
- Calma meu amor, você sabia que seria assim...
- Sabia, mas não estou conseguindo suportar! Acho melhor a gente terminar o namoro, dar um tempo, para vermos se é realmente isso que a gente quer.
E começou a chorar.
- Calma, não quero terminar nada, eu amo você!
Disse ele triste.
Fabiana, que não estava mais aguentando a situação, enxugou as lágrimas do rosto e disse com a voz firme:
- Vai ser melhor assim! Vá descansar, depois a gente conversa mais. Beijos. Boa noite!
 E desligou o telefone.
Marcus ficou perplexo. Por mais que amasse Fabiana, sabia que não estava sendo fácil, mas não imaginava que ela terminaria o namoro assim. Adormeceu chorando.
Passava das 10:00h da manhã quando o telefone do quarto tocou, ele abriu os olhos e o sol entrava por frestas na cortina.
- Alô! Disse ele.
Do outro lado da linha era Caio, guitarrista da banda que falou:
 - Bom dia “bela adormecida”! Vamos tomar café da manhã e malhar um pouco?
 Marcus realmente não estava afim, sentia-e cansado, ainda com sono e triste. Disse ao amigo:
- Vão vocês! Hoje meu dia vai ser na horizontal! Tô morto cara.
Caio até tentou insistir, mas foi em vão. Despediu-se do amigo e saiu do quarto para tomar café.
Marcus adormeceu novamente. Acordou assustado e com fome, passava do meio dia. Pediu o almoço no quarto mesmo. Comeu assistindo a TV, estava passando um jogo, adorava basquete, mas sentia-se desanimado. Terminou de assistir o jogo, tomou um banho e caiu na cama novamente, acordou só no outro dia. Levantou cedo, tomou café com os companheiros e foram os quatro para academia do hotel. Malharam e foram dar uma volta pela cidade, encontraram alguns fãs, tiraram fotos e deram autógrafos. No dia seguinte conferiram os preparativos para a próxima apresentação, eles foram até o local passar o som.
O show foi um sucesso, a casa estava lotada e os fãs cantavam junto. Isto os deixava muito emocionados. Fazia qualquer esforço valer à pena!
Já era hora de partir novamente.



Capítulo três

Ana sentia-o roçar seu rosto com a barba por fazer e beijar-lhe a boca demoradamente. Suas mãos passeavam por seu corpo e ela o desejava. Tirou a camiseta dele e passou as mãos por suas tatuagens, apertou-se naqueles braços fortes. Ele levantou sua saia e abaixou sua calcinha. Ela já estava delirando de prazer quando o despertador tocou.
Acordou encharcada de suor e louca de excitação. Esse homem andava perturbando-lhe a mente. Tomou mais um de tantos banhos demorados pensando em Marcus.
Vestiu-se e foi para o trabalho. O dia foi cheio, entretanto era sexta-feira e isto a animava. Ainda mais animada estava, pois o dia do show chegara, só mais uma noite e já seria sábado! O grande sábado pelo qual passou três semanas esperando. Ao chegar em casa ligou para as amigas. Tudo combinado, agora era só esperar. Dormiu tarde, pois estava um tanto agitada.
Acordou cedo no dia seguinte, tomou o seu café com chocolate rotineiro dos finais de semana e foi correr no parque. Ao voltar, tomou banho, depilou as pernas e virilhas, acabou depilando tudo, pois estava com vontade de se sentir assim toda depilada! Fez as unhas de vermelho, é claro, e começou a pensar em que roupa vestiria a noite. Ligou a TV, passava o jornal local, deixou cair o vidro de removedor de esmaltes que estava segurando quando viu Marcus sorridente respondendo às perguntas da entrevistadora.
- Meu Deus, como é lindo! Disse baixinho para si mesma. Sentou-se e assistiu a entrevista. Eles já estavam na cidade, era cedo ainda e uma ideia louca passou-lhe na cabeça:
- Eu podia encontrá-lo...
Preparou o almoço. Enquanto comia, a ideia de ver seu amado pessoalmente e poder falar com ele não lhe saía do pensamento. Terminou de almoçar, escovou os dentes, vestiu-se e ligou seu notebook a fim de descobrir onde a banda estava hospedada. Procurou, procurou e de repente uma nota em algum lugar, quase despercebida dizia que a banda se hospedaria no Hotel Ceblebration Inn.
- Nome mais apropriado não podia ter! Pensou sorrindo.
Calçou suas sandálias de salto preferidas e saiu.
Parou de frente ao hotel e percebeu que um grupo de pessoas agitava-se por lá. Ficou dentro do carro só observando o movimento e de repente viu Marcus na janela acenando para os fãs. Quase entrou em colapso nervoso. Queria vê-lo sim, mas não queria ser uma tiete tola com papel na mão atrás de autógrafo...
- Mas como fazê-lo? Pensa Ana, pensa! Disse a si mesma.
Desceu do carro decidida e encaminhou-se à recepção do hotel. Abriu espaço pelos fãs e entrou.
- Bom dia! Disse gentilmente para a recepcionista.
- Sou Ana Dulmon, decoradora de interiores, estou fazendo uma pesquisa de campo para uma publicação e tenho visitado os melhores hotéis da cidade em busca de inspiração.
Ana Dulmon era um nome conhecido na cidade e a recepcionista animou-se:
- Bom dia senhora, como poderia ajudá-la?
- Eu ficaria extremamente grata se me deixasse dar uma volta pelo hotel, seus corredores, áreas de alimentação e lazer!
- Claro senhora, fique à vontade! Vou pedir a alguém que te acompanhe!
O coração de Ana acelerou e suas mãos ficaram frias.
Depois de meia hora andando lentamente pelo hotel à espreita, tirando fotos vez ou outra e fingindo fazer algumas anotações, começou a pensar que aquilo era ridículo.
- E se ele não saísse do quarto? Como poderia encontrá-lo?
De repente uma voz familiar chamou-lhe a atenção:
- Com licença moça! Eu poderia passar por aqui?
Virou-se gelada e estava a 10 cm de distância dele:
- Marcus... Falou baixinho com os olhos assustados.
- Sim, sou eu!
Disse ele sorrindo e completou:
 - Perdão se a assustei!
- Não, desculpe-me você, eu estava distraída fazendo umas anotações sobre o hotel...
Ele sorriu novamente e perguntou:
- Trabalha aqui?
- Não, deixe-me apresentar, sou Ana Dulmon, decoradora de interiores, estou fazendo uma pesquisa de campo para um projeto.
Ele cumprimentou-a com um aperto de mão firme e perguntou em tom brincalhão:
- Vai nos assistir hoje à noite?
- Claro! Respondeu ela ruborizada.
- Que bom!  Então até mais tarde!
E despediu-se dela com um beijo no rosto.
Faltava-lhe o ar.
- Moça, está se sentindo bem? Perguntou o garoto que a acompanhava pelo hotel.
- Sim, obrigada por tudo, eu tenho que ir!
 E saiu apressadamente.
Entrou no carro e ainda não conseguia respirar direito. Começou a rir sozinha.
 - Ele me beijou!
 Pensava consigo mesma enquanto acariciava o próprio rosto no local onde havia sido beijada.
Demorou alguns minutos para se recuperar do êxtase em que se encontrava. Respirou fundo, girou a chave na ignição e foi embora.
Já em casa, tirou as sandálias e foi para o quarto. Escolheu o vestido mais bonito e sensual que tinha. Era azul petróleo decotado na frente e nas costas. Adorava este vestido. Experimentou-o e olhou-se no espelho. Ele lhe caía muito bem. Ela era bonita e tinha um corpo bem feito, mas aquele vestido azul a deixava com a cintura ainda mais fina e seios maiores.
 - Sexy! Disse para si mesma.
O telefone tocou, era Carol dizendo que ela e Cris passariam para buscá-la às 20:00h.
Deitou-se um pouco e descansou. Adormeceu pensando naquele beijo na bochecha. Acordou e já eram 19:00h. Tomou um banho rápido e começou a enfeitar-se. Caprichou na maquiagem dos olhos, batom vermelho, vestido azul petróleo, estava deslumbrantemente linda! O interfone tocou, mandou um beijo para si no espelho e saiu.
Carol e Cris estavam animados e os três conversavam sem parar.
- Chegamos! Disse Cris.
- Hoje é dia de rock baby! Completou ele e as duas amigas riram alto.
Encontraram Amanda e Ricardo na portaria. Entraram e procuraram o melhor lugar em frente ao palco para assistirem ao show.
Demorou cerca de uma hora até que as cortinas se abriram e luzes ao fundo se acenderam. Um homem grisalho pegou o microfone fez alguns agradecimentos e chamou para o delírio de todos a banda 330 Hertz!
O show começou animado! Eles tocaram primeiro suas músicas mais agitadas, a multidão pulava e cantava aos gritos junto com a banda.
De repente tudo se acalmou e o som de um piano começou a tocar as primeiras notas de “Diga que sim”.
Ana sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo.
 - Ah esta música!...
Marcus chegou bem à frente do palco, abaixou-se e começou a cantar. Ele cantava de olhos fechados. Ana estava em pleno delírio de amor quando os olhos de Marcus se abriram e encontraram-se com os seus. Ele sorriu e estendeu-lhe a mão, chamando-a.
- Oh meu Deus, oh meu Deus!!! Isto está mesmo acontecendo? Dizia ela.
Os amigos começaram a incentivá-la gritando para ir logo, quando um segurança veio ajudá-la a subir ao palco.
Marcus segurou-lhe a mão esquerda e cantou olhando dentro dos seus olhos. Seu corpo pegava fogo. Durante o refrão deu o microfone para que Ana cantasse. Ela adorava cantar, mas estava tão emocionada que a voz quase não saiu. Terminou a música e ele deu-lhe um abraço e um beijo na testa e o segurança veio ajudá-la a descer.
Desceu com as pernas trêmulas. Os amigos riam animados.
- Eu não vou dormir hoje! Disse Ana.
- Tiramos várias fotos! Disseram eles rindo dela.
O show acabou e um grupo de fãs tentava entrar no camarim. Cris estava louco para ir lá também e ficou insistindo com os amigos.
- Os caras são feras demais! Quero falar com eles, tirar umas fotos!
 Todos riram e concordaram. Ricardo tinha uns conhecidos que faziam parte da equipe organizadora do evento e conseguiu que os deixassem entrar.
Ana ainda estava com cara de tola pelo acontecido e os amigos não paravam de zombar dela:
 - Desmancha essa cara de apaixonada garota!
 E riram.
Entraram no camarim e Cris foi logo tomando à dianteira e se apresentando para os caras. Apresentou as meninas e Marcus respondeu:
 - Esta eu já conheço! Falou referindo-se a Ana.
Ela sorriu envermelhando o rosto e aproveitou para agradecer a oportunidade de ter sido chamada ao palco. Amanda e Carol eram loucas pelo guitarrista e logo grudaram nele para conversar e tirar fotos. Cris e Ricardo ficaram conversando com o baterista. O baixista dava atenção a outro grupo de fãs e Ana ficou parada de frente a Marcus, sem reação.
- Gostaram do show? Perguntou ele.
- Sim, foi ótimo! Com certeza eu gostei mais que todo mundo! Até subi ao palco! Respondeu ela sorrindo.
- Gosto de chamar fãs para cantar comigo e quando abri os olhos vi você, a reconheci do hotel hoje à tarde.
- Obrigada por ter me escolhido então! Respondeu ela e não conseguia parar de sorrir.
- Seu sorriso é lindo!
Disse ele e completou:
 - Não precisa ficar com vergonha.
 Vendo que Ana estava com o rosto bem vermelho.
- Como está sendo para vocês lidar com isso tudo que está acontecendo?  Perguntou ela tentando se recompor.
- Está sendo lindo! E assustador, é claro! Até seis meses atrás não tínhamos mil seguidores nas redes sociais e hoje esse número passa de dois milhões! Onde vamos fazer shows a casa está sempre lotada e as pessoas cantam junto. Com certeza é um sonho tornado realidade! Falou ele emocionado.
- Imagino mesmo que deva estar sendo incrível! Comprei o DVD de vocês, sou uma dos dois milhões de seguidores nas redes sociais. Também o sigo no Instagram. Disse baixinho.
Ele riu, tirou seu celular do bolso e perguntou:
 - Quem é você aqui?
- Anadecor. Comentei sua última postagem... Respondeu sorrindo.
- Deixa-me procurar aqui, anhan, achei anadecor, pronto, agora também estou seguindo você! Falou dando uma piscadinha e estralando a língua.
- Vamos embora Ana? Perguntou Carol de braços dados com Cris.
- Sim, vamos! Respondeu ela e despediu-se de Marcus com um beijo no rosto dele.
- Tem gente que não vai mesmo dormir hoje, hein! Provocou Carol ao entrarem no carro.
Ana estava ali, mas seus pensamentos estavam longe.
Os amigos deixaram-na em casa. Era tarde, passava das duas horas da manhã.
Ela tomou um copo de leite com chocolate, escovou os dentes, tirou o vestido e as sandálias e foi deitar-se. Adormeceu rápido e sonhou com Marcus. Estavam no palco, ele cantava para ela, olhando dentro dos seus olhos. Quando a música terminou, ele a abraçou e Ana beijou-lhe os lábios demoradamente. Marcus sussurrou ao seu ouvido:
- Quero você pra mim!
Ana acordou assustada e adormeceu novamente.

Levantou-se tarde na manhã do domingo.