Oi gente! Tudo bem com vocês? Sou a escritora Renata R. Corrêa, autora do romance "Contra todas as probabilidades". Conforme prometido, hoje estou postando um capítulo bônus do meu livro! Quem aí já leu ou tem o meu ebook? Acho que quem já terminou a leitura vai gostar deste capítulo! E para quem ainda não leu, ele é um brinde para conhecer um pouco da minha escrita e aguçar a curiosidade pelo livro! Espero que gostem! Quem já leu se puder avaliá-lo lá no Amazon eu agradeço! Boa leitura! Beijos!
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Seis anos depois
— Minha filha, ande logo, assim vamos
nos atrasar! — falo tentando soar séria, mas com uma doçura que escapole de
meus lábios ao me virar para Giovana e vê-la se olhando no espelho com um
sorrisinho travesso nos lábios, girando fazendo o vestido rodar, feliz e
ansiosa.
— Estava só dando mais uma olhadinha,
mamãe! — disse e veio correndo em minha direção. — Estou bonita? — perguntou
com seu jeitinho doce, rodopiando mais uma vez em minha frente, fazendo-me
derreter de amores. Sempre que olho para ela vejo meus olhos e o sorriso do
pai. Giovana também tem aquele mesmo nariz perfeito que Marcus ostenta em seu
rosto, ela é uma criança alegre e espirituosa, tem a pele clara como as nossas
e os cabelos castanhos também como os nossos, longos, lisos com alguns
cachinhos nas pontas e uma franja que emoldura seu lindo rosto infantil. Parece
uma bonequinha e meu coração transborda de alegria por vê-la assim tão esperta,
tão amorosa, crescendo feliz! Uma criança que desejei tanto e que veio como uma
surpresa do destino, um presente de Deus depois de tudo que passei, depois de
uma vida solitária. Minha pequena é uma guerreira por ter sobrevivido em meu
ventre na época do acidente! Meu milagre, minha benção! Emociono-me ao reviver
tantos momentos e tenho de enxugar uma lágrima que cai discretamente de meus
olhos.
— Está linda, meu bem! — digo,
abaixando-me para beijar sua face, quando ouço o alerta de mensagens do celular,
então me viro para direita e caminho até uma mesa de canto e o procuro dentro
de minha bolsa. Sorrio ao ler as mensagens de Amanda e Carol nos desejando uma
noite espetacular. Mesmo morando agora em cidades diferentes, nunca perdemos
contato. Fiquei muito feliz quando soube, pouco antes de Giovana nascer, que
enfim Carol estava grávida! Minha amiga nasceu para ser mãe e já estava
tentando engravidar há um tempo, foi uma alegria enorme vê-la comemorar a
maternidade. Nossas filhas são muito amigas, ela também teve uma menininha, a
Laura, e em férias escolares sempre damos um jeitinho de reunir nossas famílias
por alguns dias. Amanda se casou com Ricardo há três anos e estão grávidos do
primeiro filho, um menininho que se chamará Davi. Estão transbordando felicidade
e amor e fico feliz demais por ver minhas amigas realizadas como mulheres,
profissionais e mães. Devolvo o celular à minha bolsa, interrompendo meu
devaneio saudosista e volto minha atenção para a menininha saltitante à minha
frente.
— Agora vamos, filhota! Venha! — falei
estendendo minha mão para ela que a segurou com seus dedinhos minúsculos.
— Já estão prontas? — pergunta Marcus
saindo do banheiro, ajeitando o nó da gravata. Os anos se passaram e alguns
fios grisalhos apareceram em seu cabelo, mas ele continua sendo o mesmo homem
lindo por quem me apaixonei. Percebo que ele está tentando disfarçar, pois já o
conheço muito bem, mas também está muito ansioso. Não consigo desviar meus
olhos dos seus enquanto caminha em nossa direção e suas emoções tão visíveis
para mim me contagiam fazendo um sorriso iluminar meu rosto e meu coração bater
mais forte. Estou emocionada e orgulhosa! Olho para ele com doçura e amor, amor
pleno e verdadeiro, e quando estamos a poucos centímetros de distância, seu perfume
me embriaga.
— Estamos prontas! — respondo
animada. Então ele se inclina para baixo para alcançar meus lábios enquanto sua
mão grande, forte e suave segura minha cintura, fazendo aquele velho conhecido
arrepio percorrer minha pele. Deus, como
mesmo depois de tantos anos ele nunca deixou de provocar esse efeito em mim? — distraio-me por um segundo com meus pensamentos, enquanto ele se abaixa e beija
nossa filha no rosto.
— Estão lindas! As mulheres mais
lindas do mundo! Sou um homem de sorte! — fala pegando Giovana nos braços e me
aproximo colando nossos corpos e pousando minha cabeça em seu ombro. Então
delicadamente afaga meu cabelo com a mão livre e me beija a testa.
— Ansioso? — pergunto quase num
sussurro ao seu ouvido.
— Tenho que confessar que estou um
pouquinho — responde num tom abaixo do que o habitual e percebo que está ainda
mais nervoso do que me aparenta.
— Estou muito feliz e orgulhosa de
você, meu amor! Vocês mereceram! Depois de tantos anos, ser indicado para um
Grammy latino é apenas o reconhecimento pela carreira sólida que tem construído
— falo ficando na ponta dos pés para alcançar seus lábios e beijá-los
suavemente, o que faz Giovana soltar um gritinho de entusiasmo e eu e Marcus
sorrirmos! — Suas letras e músicas são lindas, meu amor, você sabe disso!
— Você acha que eu tenho chances de
levar o troféu? — pergunta receoso, enquanto nos encaminhamos para a porta.
— Tenho certeza que sim! — digo sem
hesitar, e viro-me para dar uma última olhada no quarto, antes de fechar a
porta do quarto do hotel, e fico me perguntando quando foi que me tornei tão
bagunceira, ao ver nossas coisas espalhadas por todo canto.
— Papai, também tenho certeza que
sim! — fala nossa filha, copiando minha resposta. — O senhor é o melhor cantor de todos! E o
mais bonito também! É claro que vai ganhar! — completa Giovana de forma
inocente e entusiasmada, com sua vozinha rouca, grave demais para sua idade, e
se agarra ao pescoço do pai para beijá-lo o que provoca uma gargalhada gostosa
em nós dois e ela também acaba rindo! E em momentos simples assim, em que
compartilhamos felicidade genuína tenho certeza de que tomei as decisões certas
em minha vida, que mesmo as erradas foram necessárias, pois elas também
contribuíram para que eu e Marcus nos conhecêssemos melhor e nos apaixonássemos,
e nosso amor é maior que tudo que já conheci, nosso amor como homem e mulher e
nosso amor como família, eu ele e a Gigi — não resisto a tanta fofura e aperto
as bochechas dela!
— Ai mamãe! Isso dói, já te disse!
Mas te amo mesmo assim! — resmunga sorrindo e piscando os olhinhos para mim,
ainda agarrada ao pai.
Pedimos um táxi e quando chegamos à
recepção somos avisados de que o motorista já está nos aguardando. Ansiosa mais
que tudo, Giovana pede para descer do colo do pai e puxa Marcus e eu pelas
mãos.
— Vamos mamãe! Vamos papai! — chama
eufórica, nos puxando para que caminhemos mais rápido.
Quando entramos no carro e colocamos
o cinto de segurança, ela diz:
— Papai! Fique calmo! Tenho certeza
que será o vencedor e levantará o troféu assim! — fala gesticulando os braços
para cima de forma exagerada, fingindo estar levantando um troféu imaginário e
não conseguimos conter o riso novamente.
Durante o percurso do hotel até o
local da premiação fomos os três admirando Los
Angeles pela janela, suas luzes e o colorido, era novembro e a cidade
estava enfeitada para o Natal, linda! Gigi insistiu para ir na janela e
empolgada em treinar o inglês recém descoberto falava a todo momento “look mommy! Look daddy”, o que apesar
de cansativo, de tantas repetições, eu achava uma gracinha. Como Marcus é grande demais para andar no assento do meio com
conforto, ele ocupou o outro assento ao lado da janela e eu fui no meio dos dois,
e mesmo dali dava para observar bem a cidade. Quando descemos a temperatura
estava amena, devia estar fazendo por volta de uns dez graus Celsius e como sou
friorenta agradeci por ter trazido comigo uma echarpe quentinha. Giovana estava devidamente agasalhada em seu
vestido de mangas compridas e usando meias calças térmicas. Marcus como estava
de terno, lindo e sensual, nem sentiu que o tempo estivesse friozinho.
Descemos no tapete vermelho e aquilo
parecia surreal. Eu já estivera em outras premiações e eventos importantes da
música acompanhando Marcus, mas nada se comparava àquilo que estávamos vivendo.
Flashes eram disparados a todo momento. Mesmo incomodada e nervosa pude sentir
o apertar dos dedos do meu amor nos meus, denunciando seu nervosismo também.
— Vai dar tudo certo, amor! Esta
noite será maravilhosa e inesquecível! — falei “entre dentes”, tentando manter
o sorriso estampado no rosto, mesmo que forçado, àquela altura.
Marcus apenas assentiu com a cabeça e
tive que segurar Giovana com mais força porque ela estava praticamente
saltitando caminho a fora.
Ao entrarmos fomos conduzidos aos
nossos assentos. Meu coração estava
acelerado pelas tantas emoções do dia e por saber que a música do Marcus
indicada ao prêmio foi composta para mim, há alguns anos antes, mas só
recentemente eles da 330 Hertz haviam decidido gravá-la, e rapidamente ela se
tornou um sucesso.
Pouco tempo depois que nos sentamos, os demais integrantes da banda e suas famílias também chegaram. Agora éramos
muitos! Caio e Camila engravidaram assim
que Giovana nasceu e um ano e meio depois Camila estava grávida novamente. Eles
têm duas meninas, que são muito amigas da Gigi. Bárbara e Lucas se casaram há
quatro anos e têm um filhinho de dois aninhos.
Leandra e Gustavo tiveram gêmeos há três anos, um casalzinho lindo, mas
bastante agitado. Todas essas crianças reunidas eram quase que uma catástrofe
anunciada! Eu, Bárbara, Leandra e Camila ficamos o tempo todo tentando
controlá-los em seus lugares.
— Vida de mãe não é fácil! — falei
mais para mim do que para elas, mas todas rimos juntas concordando.
E então a premiação iniciou. Mal o
apresentador começou a falar eu sentia meu peito abafado e um certo desconforto
para respirar. As premiações foram acontecendo e quando chegou a vez da melhor
canção em língua portuguesa, categoria a que a 330 Hertz estava concorrendo,
achei que iria desmaiar. Tive de me controlar para me manter respirando e não
apagar de uma vez, tamanha ansiedade, porque eu sabia como esse prêmio era
importante para Marcus e o que ela significava em sua carreira e em nossas
vidas. E foi assim, entre o barulho das batidas de meu coração, audível até
para quem estava ao meu lado, e um turbilhão de emoções, que ouvi o nome da
minha música e do meu amor serem anunciados num sotaque americano: “Tudo para mim, the song of the singer Marcus
of the band 330 Hertz”, anunciou o apresentador. Logo em seguida ouvimos
muitos aplausos e nos levantamos, enquanto uma câmera nos focalizava, o que
tentei ignorar, e quando me virei para olhá-lo ele não conseguia mais conter
suas emoções e deixava lágrimas percorrerem seu rosto.
— Parabéns, meu amor! Você merece
isso e muito mais! Te amo! — falei envolvendo meus braços em seus pescoço e só
não o enchi de beijos para não deixá-lo todo borrado de batom.
— Papai, papai, o senhor ganhou,
ganhou, eu disse que ganharia! — gritava Gigi, eufórica demais! Então Marcus se
abaixou para receber os beijos de nossa filhota superanimada.
— Agora vá lá meu bem! Estão te
esperando!
Depois da premiação fomos todos para
a festa de comemoração, inclusive as crianças, já que não tínhamos com quem
deixá-las. Não é fácil sair com crianças a noite, pois logo elas se cansam e
querendo dormir ficam enjoadinhas, mas Gigi parecia ter se esquecido
completamente do sono, tamanha empolgação e alegria em que se encontrava. Eu,
Bárbara, Leandra e Camila nos alternamos para olhar a turminha para que
pudéssemos nos revesar e curtir um pouquinho a noite ao lado de nossos homens. Quando
chegou minha vez de aproveitar, Marcus, visivelmente tranquilo e descontraído
me chamou para a pista de dança, servindo-me antes uma taça de champanhe.
— A nós dois, meu bem! E ao amor e à
nossa família! — Levantou sua própria taça em minha direção em um brinde,
estampando no rosto um sorriso de orelha a orelha!
— A nós! — Brindei minha taça na dele
e após beber um gole, aproximei mais meu corpo do seu. — Eu amo você! Parabéns
pela conquista! Estou tão orgulhosa e feliz, meu amor! — terminei a frase e lhe
dei um beijo caloroso à boca.
— Ana, você é tudo para mim! — falou
ainda em minha boca, com os lábios encostados aos meus. — Você e Gigi são meu
mundo, meu motivo para querer ser melhor. Eu estava ansioso demais mesmo,
porque essa música indicada fiz para você e como ela tem um valor sentimental
enorme, queria muito que fosse a vencedora, em sua homenagem, para o mundo
inteiro saber como é grande meu amor por você.
— Copiando o rei, meu amor? — falei
sorrindo, enquanto me apertava mais ainda a ele, repousando minha cabeça em seu
ombro, aproveitei a proximidade e mordisquei sua orelha sentindo sua pele
arrepiar.
— Não me provoque assim! — falou
quase num gemido, deixando-me satisfeita com o que acabara de provocar nele. —
Você sabe muito bem que a Gigi está no mesmo quarto que a gente e não poderemos
resolver isso mais tarde, infelizmente — concluiu de forma terrivelmente
sedutora.
— Eu estava justamente pensando em
como resolver esta questão — falei passeando meu indicador por seus lábios e
senti seu rosto se aquecer ainda mais, quando o percebi me olhar curioso.
— E qual seria a solução? — perguntou
apertando seus dedos em minha cintura, fazendo minhas pernas estremecerem.
— Camila me disse que acabaram
reservando dois quartos conjugados aqui no hotel, para que as meninas pudessem
ficar mais à vontade e que tem uma cama auxiliar extra lá. — vi seus olhos
brilharem ao me ouvir. — Acho que percebendo que provavelmente quiséssemos
ficar a sós e nos curtir um pouco para comemorar sua vitória, ela ofereceu para
a Gigi dormir lá esta noite! — terminei de falar distribuindo beijinhos pelo
pescoço dele, finalizando com uma mordidinha sedutora em seu lóbulo da orelha,
numa promessa antecipada do que eu desejava para mais tarde.
— Ana, Ana... — ele sussurrou
deslizando suas mãos por minhas costas. — Você é a mulher mais incrível do
mundo, a mais linda e companheira, e eu não poderia deixar de falar, a mais
gostosa também! — disse, fazendo-me gargalhar.
— Você esqueceu do mais importante! — exclamei com uma carinha travessa.
— Ah, é? E o que foi que esqueci? — perguntou segurando meu rosto entre suas mãos, mordendo meu queixo suave e
provocantemente.
— A mais sortuda! — exclamei
convicta. — Acho que nossa história daria um filme! Será que contando para quem
não nos conhece seria possível acreditar? — perguntei, fazendo-o sorrir contente
e me abraçar forte!
E então ficamos em silêncio por um
tempo, apenas sentindo o cheiro um do outro, o movimentar de nossos corpos ao
ritmo da música lenta e suave que tocava e eu olhava para aquele lugar decorado
de forma tão elegante em tons de vermelho e branco, com enfeites de flores
naturais lindíssimos sobre as mesas, e encantada pelos lustres gigantescos de
cristal que pendiam do teto. De repente parecia que havíamos sido transportados
para um mundo mágico, só nosso e nada nem ninguém importava mais do que aquilo
que sentíamos um pelo outro.
A noite foi longa e festiva. Quando
chegamos ao hotel, ainda no elevador Marcus me beijou de forma ardente,
fazendo-me perder totalmente o fôlego. Entramos no quarto nos agarrando e cumprimos
nossa promessa de nos amarmos. Foi quente e delicioso. Exaustos, e ainda
empolgados e agitados pelo dia que passamos e pela premiação, demoramos para
dormir naquela noite que jamais apagaremos de nossas memórias.
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